Declarações feitas durante a Operação Bárbaros realizada pela “pode ter motivado o atentado” contra o ex-vereador Ademir César Mattoso, de Ponta Porã – cidade que fica a 346 quilômetros de Campo Grande. Na noite dessa quinta-feira (28), ele teve a casa e o carro alvejados.

Nesta sexta-feira (29), em entrevista ao Jornal Midiamax, o ex-vereador disse que a polícia encontrou 32 cápsulas de calibre .9 milímetros deflagradas e que ao menos 19 disparos atingiram a casa e o carro dele, que estava estacionado na garagem no momento do atentado.

Segundo Mattoso, ele estava sentado na frente da residência minutos antes dos disparos começaram. além dele, a mulher e dois filhos estavam no local, mas ninguém ficou ferido.

“Eu estava sentado olhando o movimento e entrei. Tinha acabado de sentar na frente do computador quando ouvi os disparos. Na hora pensei que fossem fogos de artifício. Quando percebi que minha casa estava sendo alvejada, deitei no chão para não ser atingido porque a porta estava aberta”, relata.

Conforme os relatos, um parente do ex-vereador viu o momento em quem um homem passou de moto, realizou os disparos e fugiu. O suspeito estava sozinho e pilotava uma moto paraguaia. Até o momento, o homem não foi identificado.

Matoso acredita que declarações feitas à Polícia Federal tenham motivado o atentado. “Acredito que possa ter sido algo que eu falei que possa ter dado trabalho para alguém. Fiz parte de um Conselho que doava terreno, tem muita gente grande envolvida. Acredito que seja alguma consequência disso”, afirma.

Sobre o atentado, um boletim de ocorrência foi registrado e ainda hoje o ex-parlamentar deve prestar depoimento sobre o caso que é investigado pela Polícia Civil de .

Prisão Operação Bárbaros

O ex-parlamentar foi preso em flagrante em março deste ano, durante a Operação Bárbaros, da Polícia Federal. Durante busca e apreensão na residência ele “alegou de forma leviana que seu telefone havia sido furtado”. No entanto, o aparelho foi encontrado escondido em local de difícil acesso no telhado em um imóvel no fundo do quintal.

Segundo a PF, ele foi preso pelos crimes de fraude processual, desobediência e comunicação falsa de crime. Contudo, ganhou liberdade provisória e foi solto após pagamento de fiança no valor de R$ 6,6 mil.

A operação teve por finalidade reprimir crimes de invasão de terras da União, corrupção, advocacia administrativa, tráfico de influência, falsidade documental e estelionato envolvendo também assessores parlamentares e ex-vereador da Câmara.

Assim, de acordo com a Polícia Federal, as investigações tiveram início logo após fiscalização promovida pela Superintendência do Patrimônio da União em MS, vinculada ao Ministério da Fazenda, na qual foram constatadas ocupações irregulares em imóveis de propriedade da União em Ponta Porã.

Em março, seis mandados de busca e apreensão foram cumpridos, um deles na Câmara, e os outros na casa dos investigados. da Casa, Rafael Modesto é um dos alvos da operação e teve mandato suspenso.

Foram apreendidos cerca de 9 quilos de materiais, entre aparelhos celulares, contratos imobiliários, contratos de compra e venda, procurações, aproximadamente R$ 10 mil em espécie, mapas com localização de lotes, mídias, orçamentos de materiais de construção e carnês de pagamento.