O ex-major Sérgio Roberto Carvalho, que foi extraditado para a Bélgica, em junho deste ano, teve a pena extinta pela formação de quadrilha na venda de combustível adulterado, entre os anos de 2004 e 2005. Major Carvalho foi preso pela primeira vez em 1997, quando já estava no quadro da reserva dos oficiais da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul).

A extinção da pena foi publicada no Diário da Justiça desta quarta-feira (16), onde o juiz de direito Fernando Chenim afirma que os fatos ocorridos entre os anos de agosto de 2004 a agosto de 2005 só foram denunciados em 26 de maio de 2011, e por isso, a pretensão punitiva já tinha sido extinta.

O ex-major Carvalho era proprietário da empresa Rede Pan de postos de e junto de mais sete pessoas fazia a adulteração de combustível que era distribuído em cinco postos, sendo três em e outros em e Coxim. A quadrilha usava as mesmas notas fiscais para dar a aparência de legalidade para a ação.

Os combustíveis eram levados para uma chácara e colocados em tonéis para a adulteração e depois distribuídos.

Extradição para Bélgica

O ex-major Sérgio Roberto de Carvalho, preso na Hungria desde junho de 2022, foi extraditado sob forte aparato policial no dia 16 de junho deste ano para a Bélgica. A prisão do ex-major aconteceu após uma investigação da Polícia Judiciária portuguesa, em articulação com as autoridades brasileiras.

Imagens feitas pela polícia da Hungria mostram o ex-major cercado por policiais e sendo colocado colete a prova de balas nele, uma espécie de capacete e depois sendo conduzido até um veículo onde entra junto de outros policiais fortemente equipados. 

Nas imagens divulgadas pela coluna do Josmar Zozino, do UOL, o veículo sai e é escoltado por outros veículos da polícia até a chegada ao aeroporto. O ex-major foi escoltado por equipes policiais também em motocicletas. Em seguida, Carvalho é colocado dentro de um avião com destino à Bélgica.

A decisão de mandá-lo para a Bélgica foi tomada pela ministra da Justiça húngara, Judit Varga. As autoridades belgas acusam o major de ser o dono de 1,3 tonelada de cocaína apreendida em agosto de 2021, em um avião turco no aeroporto internacional de Fortaleza, no Brasil, de acordo com Josmar Zozino do UOL. 

A prisão do ex-major aconteceu após uma investigação da Polícia Judiciária portuguesa, em articulação com as autoridades brasileiras, que teria sido determinante para o fim do império do barão da droga — que tinha atividade em Portugal, onde estaria lavando por meio de investimentos milionários, nomeadamente em imóveis que foram arrestados por ação da polícia.

Ex-major estava escondido na Europa

Major Carvalho foi preso pela primeira vez em 1997, quando já estava no quadro da reserva dos oficiais da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul). Ele foi militar por 16 anos e é considerado um dos mais poderosos e influentes traficantes da América do Sul.

O ex-major só foi expulso da PM 22 anos após ser preso por tráfico de cocaína pela primeira vez. A demissão foi publicada no Diário Oficial do Estado do dia 7 de março de 2018.

O decreto assinado pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB) informava que o major perdeu o cargo por consequência do trânsito em julgado de sentença judicial que determinou a expulsão.