Em busca de Justiça, Cristiane de Almeida Coutinho, mãe de Matheus Coutinho, morto com tiros de fuzil em frente de sua casa quando manobrava o carro de seu pai, é assistente de acusação do julgamento dos assassinos do rapaz que acontece nesta segunda-feira (17). O pai do jovem lidera protestos pela Capital e é considerado informante indispensável à Justiça.

Matheus foi assassinado há quatro anos, no Bairro Bela Vista, em Campo Grande. Nesta manhã, acontece o julgamento dos réus do crime que aconteceu mediante orientações repassadas por Vlad e Marcelo Rios, a mando de Jamil Name Filho. Desde então, o pai, ex-PM (policial militar) ajudou a polícia a encontrar provas contra os culpados.

O pai do rapaz, Paulo Xavier, há meses tem realizado protestos pela Capital. Ele espalhou faixas pela cidade expondo Jamil Name Filho de comandar milícia em Campo Grande. Nesta manhã, ele conversou com o Midiamax e disse que espera a condenação dos acusados.

“Que sejam condenados para que outros inocentes não sejam brutalmente assassinados neste Estado”, falou Paulo que vai participar do julgamento de Jamil Name Filho, Vladenilson Olmedo e Marcelo Rios.

Paulo diz ter certeza da condenação dos acusados. “Irão responder aqui na terra pelo crime que cometeram e principalmente junto a Deus, pois o que fizeram com meu amado filho foi coisa de animais”, disse Xavier.

O julgamento da morte de Matheus foi adiado por três vezes e a defesa de Name tentou um último recurso para adiar mais uma vez alegando que um dos promotores, Gerson Eduardo de Araújo, teria ‘inimizade’ com a família Name, mas o pedido de suspeição foi negado pelo juiz Aluízio Pereira.

Um megaesquema de segurança foi armado para o julgamento considerado da década. Serão quatro dias de júri com 16 testemunhas a serem ouvidas. Os sete jurados escolhidos em sorteio para compor o julgamento ficarão em um hotel reservado pelo Tribunal do Júri.

Execução de Matheus

O crime aconteceu na Rua Antônio Vendas, no Jardim Bela Vista, no dia 9 de abril de 2019. Naquela noite, vários tiros de fuzil AK-47 foram feitos contra Matheus. No entanto, os criminosos acreditavam que dentro da caminhonete estava o pai do jovem, que seria o verdadeiro alvo dos acusados.

Também segundo as investigações, o grupo integrava organização criminosa, com tarefas divididas em núcleos. Então, para o MPMS, Jamil e Jamil Filho constituíam o núcleo de liderança, enquanto Vlade e Marcelo Rios eram homens de confiança, ‘gerentes’ do grupo.

Já Zezinho e Juanil seriam executores, responsáveis pela execução de pessoas a mando das lideranças. Assim, meses depois, os acusados acabaram detidos na Operação Omertà, realizada pelo Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros) e pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial Especial e Combate do Crime Organizado).