Até o momento 12 pessoas foram presas durante cumprimentos de mandados de busca e apreensão os departamentos de Assunção e Alto Paraná, no lado paraguaio, em decorrência da operação Dakovo.
As ações também foram desencadeadas no Estados Unidos e no Brasil, com o nome de Transloading e foram deflagradas em Mato Grosso do Sul, Goiás, Piauí, Tocantins, Sergipe, Paraíba, Paraná e São Paulo, Ceará, Rio de janeiro e também no Distrito Federal.
Entre as pessoas detidas pela Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) do Paraguai está o doleiro Ricardo Luis Morra Gadea. Ele foi preso em Assunção e é considerado peça chave no esquema de intermediação entre importadores e traficantes de armas.
Nas diligências feitas na capital do Paraguai também foram presas mais sete pessoas: Bienvenido Fretes, Arturo González, Mercedes Ocampos, Eliane Marengo, Manuel Antonio Gómez, Paulo Fines Ventura e Josefina Cuevas.
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Já nas buscas realizadas em Ciudade del Este, na fronteira com Foz do Iguaçu, no Paraná, foram presos Arnaldo Cubas, Angel Flecha, Aldo Cantero e Julio Cubas.
Facções criminosas
As investigações em torno da Operação Dakovo, que envolve Brasil, Paraguai e Estado Unidos, tem como foco central as facções criminosas que atuam na fronteira com o Mato Grosso do Sul. A cadeia do negócio bilionário tem origem nas indústrias européias, passa por grandes empresas e chega até o PCC (Primeiro Comando da Capital), CV (Comando Vermelho) e outras.
As 20 diligências deflagradas nas primeiras horas da manhã dessa terça-feira acontecem simultaneamente nos departamentos Central e Alto Paraná. No brasil elas estão sendo realizadas em 6 estados. No Estados Unidos, a Dakovo faz buscas no Arkansas.
Em termos gerais, segundo informações da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) uma empresa multinacional, através das suas ligações com a Dimabel, conseguiu importar armas da Croácia, Eslovénia e República Checa. As autorizações para realização da negociações saíram em tempo recorde.
Em seguida os lotes de armas foram adquiridos por intermediários com ligações diretas com facções criminosas de todo o Brasil. Para justificar as supostas transações, foram simuladas pequenas vendas de duas ou três armas para pessoas que não tinham capacidade financeira, como empregados, diaristas ou estudantes.
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Antes do envio ao Brasil, os números de série das armas foram apagados para evitar rastreamento. Desde 2012, a empresa IAS (International Auto Supply) já importou 25 mil armas que supostamente foram vendidas no Paraguai.
No entanto, essas armas acabaram em grupos do crime organizado no Brasil e no exterior. Para que os pagamentos não fossem rastreados, a estrutura criminosa utilizou “doleiros” que operavam interligados entre o Paraguai e os Estados Unidos.
Eles “pulverizaram” grandes somas de dinheiro em pequenas transações de menos de 5.000 dólares em contas diferentes, que foram finalmente agrupadas novamente para fazer pagamentos a partir dos Estados Unidos.