Delegada discute com defesa de Name durante júri: ‘o doutor tem que ler o processo’
Defesa alegou que não tinha acesso a páginas em que são relatadas transferências bancárias
Thatiana Melo –
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Durante julgamento na manhã desta segunda-feira (17) sobre a morte de Matheus Coutinho, em 2019, a defesa entrou em um bate-boca com a delegada Daniela Kades ao questioná-la sobre onde estavam as informações passadas sobre transferências feitas de Zezinho para Marcelo Rios.
A defesa questionou a delegada se José Moreira, conhecido como ‘Zezinho’, havia se aproximado de Marcelo Rios antes do assassinato de Matheus, sendo que a delegada disse que havia transferências de Zezinho para Rios ligando os dois, momento em que a defesa questionou em que parte do processo estava, já que não encontravam nos autos.
Neste momento, Kades responde, “senhor tem que ler o processo”. Aí começa um bate-boca, em que a delegada afirma que não tem que passar número de páginas para a defesa, e que precisam ver o processo.
A delegada fala que houve provas por obstrução de Justiça e que os casos estão interligados, o que é contestado pela defesa. Assim, a delegada fala sobre a casa das armas, quando Marcelo Rios foi preso antes da deflagração da Operação Omertà. Kades ainda fala que a motivação para que o grupo arme a morte de Paulo Xavier seria a mudança de lado do ex-militar.
O julgamento deve durar quatro dias e serão ouvidas 16 testemunhas. O julgamento da morte de Matheus foi adiado por três vezes e a defesa de Name tentou um último recurso para adiar mais uma vez alegando que um dos promotores, Gerson Eduardo de Araújo, teria ‘inimizade’ com a família Name, mas o pedido de suspeição foi negado pelo juiz Aluízio Pereira.
Execução de Matheus
O crime aconteceu na Rua Antônio Vendas, no Jardim Bela Vista, no dia 9 de abril de 2019. O relato é de que o crime teria ocorrido mediante orientações repassadas por Vlade e Marcelo Rios, a mando de Jamil Name e Jamil Name Filho.
Naquela noite, vários tiros de fuzil AK-47 foram feitos contra Matheus. No entanto, os criminosos acreditavam que dentro da caminhonete estava o pai do jovem, que seria o verdadeiro alvo dos acusados.
Também segundo as investigações, o grupo integrava organização criminosa, com tarefas divididas em núcleos. Então, para o MPMS, Jamil e Jamil Filho constituíam o núcleo de liderança, enquanto Vlade e Marcelo Rios eram homens de confiança, ‘gerentes’ do grupo.
Já Zezinho e Juanil seriam executores, responsáveis pela execução de pessoas a mando das lideranças. Assim, meses depois, os acusados acabaram detidos na Operação Omertà, realizada pelo Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros) e pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial Especial e Combate do Crime Organizado).
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