Defensor público, Aparecido Tinti Rodrigues de Farias, afirmou nesta quinta-feira (28), que houve omissão nas investigações sobre o assassinato de Marta Gouveia dos Santos, de 37 anos, morta com 30 facadas desferidas no rosto e no pescoço, em janeiro de 2022, em , a 297 quilômetros de Campo Grande. O filho da vítima, Matheus Gabriel Gonçalves dos Santos, de 19 anos, é acusado pela morte da mãe, no entanto, nunca confessou e alega .

Marta foi assassinada no dia 23 de janeiro do ano passado. No dia do crime, ela saiu para pedalar por volta das 6h30. Depois disso, não foi mais vista e foi dada como desaparecida. O corpo foi encontrado por um casal de amigos, por volta das 16h20, do mesmo dia em que ela sumiu. Marta estava seminua à margem da segunda alça do anel viário que liga a rodovia com a MS-134, saída para Batayporã, em Nova Andradina, onde ela morava com os filhos.

No julgamento, que já dura mais de cinco horas, o defensor insistiu que foram encontradas pegadas próximas da bicicleta de Marta e que houve omissão nas investigações. Ele defendeu que as testemunhas não foram ouvidas imediatamente e ressaltou que são necessárias provas materiais, além de buscas no “Google” e no telefone celular do jovem.

O defensor também pontuou que a prisão temporária de Matheus foi concedida sem que houvesse provas contra ele. “Na fundamentação, foi dito que há indícios suficientes de autoria de que ele teria abusado sexualmente e ceifado a vida da mãe e por conta disso, ele está preso há um ano, sete meses e vinte e cinco dias e nenhuma roupa da vítima foi periciada”, destacou.

A defesa também observou que um ciclista estava encostado na ponte e não houve retrato falado e nem investigação sobre ele, que estava pela cidade no dia do crime. Além disso, o defensor também alegou que a delegada Daniella Nunes, responsável pelas investigações, fez juízo de valor sobre Matheus. “Ela o taxou como príncipe na sociedade e um monstro dentro de casa”, disse.

Matheus foi preso no dia 3 de fevereiro de 2022 e 30 dias após a prisão temporária foi transferido para a Penitenciária Estadual de Dourados, no Sul do Estado. Matheus, que alega inocência, apontou um parente do da mãe como autor do assassinato, sem dar mais detalhes, ou informar o que teria motivado o crime.

A polícia, por outro lado, garante que o comportamento do rapaz, durante os depoimentos, foi um dos primeiros sinais de que ele tivesse matado a mãe. As investigações confirmaram a suspeita e apontaram o jovem como autor do crime. “As provas são incontestáveis”, garante a delegada que dirigiu as investigações.

O corpo de jurados é composto por quatro mulheres e três homens. Dois ex-delegados fazem a defesa de Matheus, sendo o ex-delegado Cláudio Martins, que atuou na de Mato Grosso do Sul, e o ex-delegado de São Paulo, Aparecido Tinte Rodrigues de Farias, que disse ao Jornal Midiamax que eles provarão a Inocência de Matheus. “Temos provas e vamos mostrar isso ao corpo de jurados, eu gravo todo o júri que eu faço”, disse Tinte.

O julgamento, que é realizado no no plenário do Fórum de Nova Andradina, começou por volta das 8 horas e teve um pequeno intervalo entre as 13 e 14 horas. A sentença será proferida ainda nesta quinta-feira.