Com júri só de mulheres, Lucas nega ter assassinado Graziele com mata-leão em Campo Grande

Perícia no celular de Lucas mostrou que ele foi várias vezes à casa da mãe de Graziele

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Júri do caso Maria Graziele (Alicce Rodrigues, Midiamax)

Um júri composto só de mulheres, um total de 7, deve decidir se Lucas Pergentino é culpado ou não da morte de Maria Graziele Elias de Souza, em abril de 2020. Ela foi assassinada com um mata-leão e teve o corpo desovado próximo a uma estrada. Lucas foi preso por equipes da DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoas) 11 dias após o crime.

Em depoimento no banco de réus, Lucas negou o crime e disse que inventou a confissão de sua cabeça. Ele ainda relatou que não sabe quem matou Grazi e os motivos para o assassinato. O réu falou que acha estar sendo acusado de feminicídio por ter sido o último a ter visto a jovem com vida. Ele alegou ter sofrido tortura para fazer a confissão. 

Mas, quando confrontado pelo juiz Carlos Alberto Garcete sobre não ter marcas mencionadas nos exames de corpo de delito, Lucas não soube explicar, dizendo que na realidade sofreu mais tortura psicológica.

Ele ainda relatou que o casal ficou 15 dias separado e negou ser ciumento e possessivo. Mas, em depoimentos colhidos na época, todas as testemunhas afirmaram que Lucas era ciumento e possessivo.

No dia 18 de abril, um dia antes do corpo de Grazi ser encontrado, Lucas esteve na Avenida Gunter Hans e foi em direção ao macroanel, na região onde ela teria sido desovada. A localização dele foi encontrada através da perícia feita no aparelho. Ele negou estar voltando ao local do crime e disse que havia ido à casa do avô.

Denúncia do MPMS

Conforme a denúncia apresentada pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), Lucas e Maria Graziele conviveram maritalmente por aproximadamente 8 anos. No entanto, em abril de 2020 estavam separados, embora Lucas tentasse incessantemente reatar. Além disso, há indícios que ele era muito ciumento e possessivo e monitorava todas as redes sociais da vítima.

Assim, depois de passarem a noite juntos, por volta das 14 horas do dia 14 de abril de 2020, Lucas buscou a vítima no serviço. Em seguida, foram para a casa dele, no Parque do Lageado, para comemorar o aniversário do réu. Com isso, os dois ficaram na residência e chegaram a ter relações sexuais.

Depois, ficaram deitados na cama conversando, momento em que Lucas começou a fazer carinho perto do pescoço de Graziele. Foi então que ela confessou que tinha medo que ele a matasse. Neste momento, Lucas disse “Então eu vou te matar” e deu um mata-leão na vítima, a colocou de bruços e asfixiou com o rosto no travesseiro.

Mesmo após a morte, Lucas foi até a casa da ex-sogra e fingiu que tinha combinado de encontrar a vítima ali. Só por volta das 22h30, ele voltou para casa, colocou o corpo de Graziele no carro e foi até a BR-262, onde deixou a vítima às margens da estrada.

O crime foi descoberto após o corpo da vítima ser localizado por testemunhas. Mesmo assim, Lucas ficou foragido e chegou até mesmo a ir ao velório de Maria Graziele. Ele acabou preso no dia 25 de abril por equipes da DEH (Delegacia Especializada de Homicídios).

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