Durante diligência acompanhada pela Ouvidoria da Criança do Paraguai, um menino de 1 ano, que é irmão da menina de 3 anos abusada sexualmente e morta em Pedro Juan Caballero, na fronteira com Ponta Porã, foi resgatado pela Polícia Nacional nesta quinta-feira (27). Outra irmã da menina, de 12 anos, foi resgatada também nesta semana pela polícia.

A criança estava sob a guarda de uma tia e, segundo denúncias, vivia em condições de vulnerabilidade e também sofria maus-tratos. O resgate foi determinado pelo juiz da Infância e da Adolescência, Elvio Insfrán.

Segundo o magistrado, essa mesma tia também estava com a guarda de Luz Maida. Sem consentimento da Justiça, ela devolveu a menina para a mãe, que dias depois, trocou-a por doses de crack em uma boca de fumo. A criança foi encontrada morta no último sábado (22).

“Isto aconteceu depois de uma intervenção da Provedora da Criança, Letícia Sosa, e face à verificação de que esta criança não se encontrava nas melhores condições, procedemos ao seu resgate e posteriormente à sua entrega a uma família acolhedora”, disse o juiz a uma emissora de rádio de Pedro Juan.

Ainda segundo informações do magistrado, a tia não estaria em condições psicológicas de cuidar do irmão da menina morta. “O estudo psicológico mostrou que não tem condições de cuidar dessa criança, por isso procedemos ao resgate”, ponderou Isfrán.

Requintes de crueldade

Com a prisão de mais dois envolvidos no caso da menina Luz Maida, de 3 anos, encontrada morta em Pedro Juan Caballero, na fronteira com Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, no último sábado (23), novas informações dadas à polícia pelos envolvidos revelam a crueldade com que a criança foi morta.

Os dois suspeitos, um de 28 anos e outro de 32, foram presos em diferentes bairros de Pedro Juan Caballero na tarde desta terça-feira (25) pelo Departamento de Investigações de Homicídios.

O mais velho negou participação, mas disse ter testemunhado o crime. Segundo depoimentos à polícia paraguaia, a mãe de Luz Maida, de 42, teria assistido aos abusos a também ao assassinato da menina.

Aos agentes paraguaios, o suspeito revelou que estava no local com mais três pessoas e que a mãe da menina estava completamente drogada. Segundo ele, como o entorpecente acabou, ela queria continuar o uso e por isso então trocou a filha por drogas.

Segundo informações confirmadas pelo comissário Cesar Casco, chefe da Investigação Criminal da Polícia Nacional, após a ‘venda’, as quatro pessoas que estavam no local, inclusive a mãe, foram para uma casa abandonada, onde os homens passaram a judiar da menina até a morte.

Ainda segundo o depoimento do suspeito, a mãe da vítima voltou à sua casa para buscar um balde com água para dar banho na menina. Segundo o depoimento dessa testemunha, mesmo sob efeito de drogas, eles tentaram apagar qualquer tipo de evidência sobre o ocorrido.