Galos de rinha são apreendidos sem comida, água e com ferimentos e dupla é presa em Campo Grande

Dois homens foram multados em R$ 85 mil e têm prazo de 20 dias para dar destino ou adequação para os animais apreendidos

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Presos em gaiolas , galos usados para rinha foram apreendidos em Campo Grande. (Foto: Divulgação/ PMA)

Dois homens, de 56 e 61 anos, foram multados em R$ 85 mil por praticar maus-tratos, ferir ou mutilar animais. A Polícia Militar Ambiental encontrou mais de uma centena de galos confinados em duas casas no Bairro Jardim Centenário em Campo Grande.

A Polícia Militar já havia feito ocorrência em atendimento ao ofício da 26° Promotoria de Justiça do Meio Ambiente de Campo Grande sobre denúncia de criação e armazenamento de rinha para briga de galos.

No local os policiais encontraram um funcionário e na presenta dele o local foi vistoriado. O funcionário contou que trabalha de segunda a sábado e cuida dos animais.

A polícia constatou que no terreno que mede 25×50 foram encontrados mais de cem aves. A maioria confinada em gaiolas, algumas delas estavam em um espaço sem cobertura, expostas ao tempo. Em outras estavam aves da raça Mura, que é considerada de maior valor econômico, sendo elas comerciáveis usadas para brigas de rinha.

Foram encontradas 43 gaiolas de 70x65x65, outras 10 gaiolas de 100x70x70 em local fechado por paredes e telas diferenciado. Outras gaiolas estavam em uma varanda, sendo 11 gaiolas medindo 100x65x65, outras 11 com tamanhos maiores e 20 medindo 70x65x65. Todas com animais.

Policiais verificaram ainda que várias aves não possuíam recipiente com água e comida. Alguns animais estavam mutilados, seus esporões foram retirados por intervenções cirúrgicas caseira. Dezenas de petrechos como buchas (espécie de luvas para os pés do galo), dezenas de biqueiras (protetores de bico), rebolo (aparato tipo ringue), diversos tipos de medicamentos utilizados para tratamento de dor e antiinflamatórios, além de polivitamínicos usados para preparo dos animais, como por exemplo o Complexo B12 e Glicopan.

O proprietário da residência apareceu no local e confirmou as informações do funcionário. Ainda foram encontrados alguns galos com anilhas afixadas nas asas de forma grosseira, que ao questionar o senhor proprietário da casa sobre o procedimento, este informou que as anilhas eram para identificar as aves principalmente pela espécie, data de nascimento, e criadouros, que eram afixadas por ele e seu funcionário.

Foram encontradas seringas, tesouras e agulhas, materiais a princípio utilizados para intervenções cirúrgicas. Durante fiscalização chegou ao local o vizinho que também constava na denúncia do Ministério Público. O lote é separado apenas por um porão, mas o proprietário disse que não tem parcerias ou vínculo com o vizinho.

Na residência ainda foram encontradas aves nas mesmas condições inclusive também sem água e alimento, alojadas em 70 gaiolas (70x70x70cm) em um cômodo fechado com pouca iluminação de arejamento natural.

Também haviam vários frascos de medicamentos anti-inflamatórios, polivitaminicos, inseticidas além dos mesmos petrechos, bucha, biqueira, colete e rebolo, além também do mesmo procedimento de anilhamento de forma grosseira sem médico veterinário.

O primeiro proprietário foi multado em R$ 50 mil e o segundo em R$ 35 mil. Ambos tem prazo de 20 dias para aquedar e dar lugar certo para os animais apreendidos, que no total foram 170 aves.

Lembrando que o procedimento não é permitido no Brasil conforme a resolução 1,236/2018 do Conselho Federal de Medicina Veterinária, porque a intervenção por ser invasiva só pode ser executado por profissionais Médicos Veterinários.

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