Uma assistente social de 33 anos foi agredida pela mãe de um preso na Casa da Mulher Brasileira, durante a manhã desta quarta-feira (1º), em Campo Grande. A reportagem teve acesso ao boletim de ocorrência registrado como desacato, porém, conforme apurado, a funcionária sofreu lesões aparentes, porém o caso não foi registrado como lesão corporal.

Conforme denúncia, a intenção era que a ocorrência não chegasse a conhecimento público para não expor a gestão que comanda o trabalho das assistentes no local. A funcionária pública vítima da agressão é cedida pela prefeitura de Campo Grande. Ainda conforme apurado, as profissionais não recebem por periculosidade, mesmo realizando trabalho externo e durante a madrugada.

O trabalho das assistentes, que prestam serviço às mulheres e familiares de vítimas de violência, é subordinado à Semu (Subsecretária Municipal de Políticas para as Mulheres) ligada à Segov (Secretaria Municipal de Governo e Relações Institucionais), da Prefeitura de Campo Grande.

“Temos uma técnica que sofreu ameaça de morte de uma facção criminosa recentemente”, diz uma servidora que não será identificada. A técnica de processo seletivo também faz parte da equipe psicossocial que presta o atendimento às vítimas. “Semana passada tivemos uma técnica que realizou uma denúncia no Conselho de Assistência Social e foi transferida”, relata sobre denúncia relacionada principalmente a insalubridade e periculosidade. “Há anos pedimos atitude por parte da subsecretaria, mas nada é feito. O risco é absurdo e nada é feito. Reclamações tem inúmeras e podemos provar isso porque está documentado”, diz.

Caso

Consta no registro, que a mulher, mãe de um preso, entrou na sala de atendimento da assistente social, alterada e gritando que queria ser atendida, durante a manhã desta quarta. Porém, o atendimento no local é para as vítimas de violência. Consta no registro policial que ela estava muito agressiva e portava uma bolsa e sacola e jogou em cima da mesa da assistente.

A mulher avançou contra a servidora pública, a segurou pelos braços e a chacoalhou. No momento, a assistente social atendia duas pessoas no local. Consta no boletim de ocorrência que não que houve lesões, porém, ainda segundo a denúncia, a vítima ficou com lesões aparentes. A autora, identificada, não foi presa em flagrante e o caso acabou registrado como desacato.

A informação é de que a autora ainda ligou na Casa da Mulher Brasileira, durante a tarde, dizendo que retornaria “para quebrar tudo”. A reportagem entrou em contato com a prefeitura sobre o caso e aguarda retorno.