A defesa dos dois investigadores presos por furtar uma carga de cigarros de um contrabandista pediu pela liberdade dos policiais, mas o MPMS (Ministério Público Estadual) pediu pelo indeferimento, alegando que são ‘capazes de adulterar viatura policial’. 

O MPMS se manifestou no dia 21 de julho pelo indeferimento do pedido de liberdade. “Houve comprovação de adulteração realizada no hodômetro da viatura utilizada, que juntando ao fato dos dois estarem realizando diligências sem a anuência de seu superior hierárquico, demonstra um planejamento para a execução do crime”, disse o MP.

A defesa pediu pela liberdade com aplicação de medidas cautelares, argumentando que os policiais têm residência fixa, emprego lícito e são primários. 

O MPMS chega a fazer um questionamento. “Como um servidor público, com diversas especializações, alguém que está em um cargo de segurança, alguém que aos olhos da sociedade, deveria ser seu defensor, utiliza de tal posição para de forma egoística e imoral, se auto beneficiar, contrariando tudo aquilo que seu cargo defende?”

Os policiais civis foram presos, no dia 4 deste mês, depois do contrabandista denunciar os agentes. Um PAD (Procedimento Administrativo Disciplinar) foi instaurado pela Corregedoria para apurar a conduta dos investigadores. Segundo o corregedor-geral, Clever José Fante, o procedimento de investigação criminal já foi instaurado pela Corregedoria. Os dois policiais foram presos por policiais militares, no Bairro Universitário. Os dois investigadores foram denunciados pelo contrabandista que teve a carga supostamente furtada pelos policiais, segundo ele. 

Prisão dos investigadores

Os policiais, então, foram até o local para averiguar e uma quadra antes foram abordados pelo contrabandista que relatou ter tido seus veículos apreendidos sem que nenhuma documentação fosse apresentada a ele. Neste momento, foi flagrado um Fiat Punto saindo do local e quando abordado foi percebido que no banco do carona estava um investigador da Polícia Civil.

Já em frente ao barracão estava outro investigador da Polícia Civil. Os veículos estavam estacionados no pátio do depósito carregados com cigarros contrabandeados. Durante a vistoria, em uma caminhonete Amarok de um dos suspeitos que estava na companhia dos policiais civis foram encontradas munições. 

Os policiais disseram que os veículos foram apreendidos no dia 29, e como nenhum policial aceitou receber a apreensão, eles teriam ido até Vista Alegre para trazer os veículos e deixá-los no depósito, já que em princípio não havia espaço na delegacia. Os policiais civis foram levados para a delegacia. A carga de 2.540 cigarros foi apreendida e o caso registrado como peculato, contrabando e porte ilegal de arma de fogo.