Imagens de câmeras de segurança de uma escola na mostram o momento em que a motorista, de 24 anos, para o Kwid no estacionamento e é abordada pelo delegado-geral da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, Adriano Geraldo Garcia, na noite de quarta-feira (16). Assustada, a condutora esperou uma amiga chegar para descer do carro.

No vídeo é possível ver a motorista parando o Kwid em um estacionamento privativo, momentos após os disparos terem sido feitos por Adriano contra o carro dela. O delegado-geral estaciona logo atrás com o Cruze branco, que segundo ele é uma viatura descaracterizada.

O delegado então desce do veículo e vai até o Kwid, enquanto a motorista permanece dentro do carro. É possível ver também ele batendo no para-brisa enquanto a condutora segue aguardando a amiga no local. Adriano pega o celular, faz uma ligação e minutos depois equipes policiais chegam ao local.

A jovem chegou a relatar que aproximadamente 30 homens estavam no local quando a amiga chegou e ela então desceu do carro. Ela teve o celular e o chip da GoPro instalada no carro apreendidos e foi levada para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro na viatura policial.

‘Entre chorar a minha família ou a dela, que seja a dela'

Adriano fez a declaração em um programa de rádio, alegando que agiu de maneira correta. Ele afirmou que não sabia quem estava no carro, já que o Kwid tinha insufilm. “Não sabia se era criminoso e só vi do que se tratava e quem estava no carro quando parou”, alegou. Ainda conforme o delegado, ele então viu que era uma mulher, habilitada.

Sobre os disparos, Adriano chegou a dizer: “Entre chorar a minha família ou a dela, que seja a dela”. A jovem de 24 anos não portava de fogo no veículo, tinha habilitação e documentação do carro em dia. O Midiamax apurou que ela não tem infrações graves de trânsito registradas ou mesmo outras ocorrências.

Ainda na entrevista, Adriano diz que poderia ter “quebrado o vidro do carro”, mas não o fez, e sim esperou que todos chegassem para então tirar a jovem do veículo. Assim como relatado pela jovem e por testemunhas, Adriano estava em viatura descaracterizada, mesmo alegando que tenha se identificado como policial.

Segundo ele, a viatura descaracterizada não é carro irregular ou ilegal. “Quando a gente faz as coisas certas, as coisas se esclarecem com o tempo. As perícias vão falar por si”, disse. A condutora chegou a relatar que não sabia que ele era policial ou mesmo delegado.