O agente penitenciário Jonathas Wilson Moraes, preso em março deste ano durante a deflagração da Courrier do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), conseguiu liberdade nessa terça-feira (7).

A defesa havia pedido a liberdade de Jonathas que foi negada pelo Tribunal de Justiça, mas em decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça), o ministro relator Reynaldo Soares da Fonseca deferiu o pedido de liberdade, sem imposição de medidas cautelares.

Em sua decisão, o magistrado relatou: “Efetivamente, as instâncias ordinárias não apontaram elementos reveladores de que o réu tenderia a comprometer as investigações, de qualquer maneira, especialmente em se tratando de réu primário, de bons antecedentes. Mostrando-se razoável que afastá-lo da função pública bastaria para impedir a reiteração delitiva.”

Corrupção na Agepen: propina para favorecer presos do partido

R$ 1,5 mil para trocar de pavilhão e R$ 6 mil para fraudar a ficha do detento. Esses são os preços cobrados pelos policiais penais pelos ‘serviços' ilegais, de acordo com o interno do presídio. Ele pedia ao advogado para mudar de cela e chegou a apontar qual policial penal recebia a propina.

Um dos agentes citados em vários trechos da investigação não teve a preventiva decretada. Já outro está preso desde o dia da operação. “Cobrou 5k para levar um cara pro Penal”, disse o interno em uma mensagem, esclarecendo que a propina foi paga pelo detento, para garantir a transferência.

Sobre as denúncias feitas pelo advogado em relação à corrupção na Agepen, foi enviada nota ao Jornal Midiamax, que diz: “a Agepen, por meio de sua Corregedoria-Geral, oficiou o no dia 29 de março, solicitando informações a respeito da operação e aguarda os encaminhamentos”.

Operação Courrier

A ação, denominada Courrier — correspondência —, cumpriu ao todo 38 mandados judiciais. Conforme o Gaeco, a operação mira o núcleo ‘Sintonia dos Gravatas', célula em que advogados usam de suas funções para transmitir recados aos faccionados presos, daí o nome da operação.

Ainda de acordo com o Gaeco, o grupo criminoso estaria articulando atentados contra a vida de agentes públicos, entre eles promotor do Gaeco e um juiz de Direito de Campo Grande. Um advogado foi preso no condomínio Acqua Verano, na Avenida Rachid Neder. Ele é defensor de um dos suspeitos de envolvimento na morte do garagista Carlos Reis Medeiros, conhecido como ‘Alma', que desapareceu no dia 30 de novembro de 2021.

Já na rua Sebastião Lima, na residência onde mora um casal, policiais cumpriram dois mandados, sendo um de busca e apreensão e um de prisão. Garras, Batalhão de Choque, Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e Gisp (Gerência de Inteligência do Sistema Penitenciário) também atuam na operação.