Mayra de Lima Luna, de 22 anos, presa pelo assassinato do marido Douglas Novaes Rocha, 27 anos, teve pedido de liminar de liberdade provisória negado. Ela confessou o assassinato do borracheiro, crime cometido em Dourados, a 225 quilômetros de Campo Grande.

Conforme decisão do desembargador Paschoal Carmello Leandro, da 1ª Câmara Criminal, a defesa sustenta que não há motivos para manter Mayra presa, já que ela tem residência fixa, não tem antecedentes, é ré primária e é mãe de três filhos que dependeriam dela. No entanto, para o desembargador não há razões para a liberdade.

Na peça, é pontuado que não há elementos suficientes que garantam liberdade, uma vez que ela é confessa e que os filhos estão sob cuidados da avó. Foi indeferido o pedido liminar e deve ser votado o pedido pela turma de desembargadores. Assim, Mayra segue presa.

Crime premeditado

Mayra contou que no fim do ano passado passou a ser agredida por Douglas, que jogou baldes contra ela e ainda bateu nela com a porta de um dos quartos da casa. Bruno José Feliciano, que teve a prisão preventiva decretada, mas está foragido, estaria em envolvimento extraconjugal com Mayra. Os dois trabalhavam juntos em uma empresa na cidade.

Ainda segundo o depoimento de Mayra, Bruno viu alguns roxos no corpo dela e quando ela contou ter sido agredida por Douglas, ele teria dito “isso não pode acontecer”. A mulher ainda falou que o amante afirmou que poderia dar um jeito em Douglas matando-o para ela.

Ela concordou com o assassinato e disse que quando fosse o dia iria avisá-lo. Já no dia 3 de fevereiro, Mayra e Douglas tiveram uma briga após ele flagrar conversas no celular dela. A mulher tentou desconversar, mas o borracheiro quebrou o aparelho com um martelo.

Na noite do dia 13 deste mês, Douglas estava bebendo e Mayra disse que quando o marido bebia ficava com sono e dormia no sofá. Já na madrugada do dia 14, ao perceber que a vítima estava dormindo no sofá depois de ser impedido por ela de sair, Mayra ligou para o amante dizendo que ele tinha a oportunidade de matar o borracheiro.

Cerca de 15 minutos após a ligação, Bruno chegou a casa e Mayra foi para o quarto ficar junto do filho de 2 anos. As outras crianças de 8 e 6 anos estavam com a mãe dela. Douglas foi assassinado com pelo menos 10 golpes sem poder se defender.

Após o crime, Bruno colocou o corpo no carro do casal e o desovou em uma valeta. Ao voltar, Mayra teria dito que limparia uma ‘bagunça’ que havia ficado na sala e o para-choque do veículo que sujou com sangue. Depois de fazer a limpeza, a Mayra voltou a dormir acordando por volta das 6h30 da manhã. Em seguida, ela teria ido à casa do sogro perguntando pelo marido.

Mayra acabou presa pelo crime, no dia 15 de fevereiro, após a polícia encontrar as manchas de sangue no carro e ela confessar o assassinato. Foi decretada a prisão preventiva.