OAB-MS julga nesta sexta suspensão de advogados presos por ligação com o PCC
Um dos advogados usou senha de um servidor público pesquisando o nome de um delegado no sistema
Thatiana Melo –
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Acontece nesta sexta-feira (20) o julgamento dos advogados na OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil), em Campo Grande, que deve determinar ou não a suspensão dos envolvidos por ligação com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
A votação deve ocorrer durante todo do dia, terminando por volta das 17 horas. Os advogados julgados são Bruno Ghizzi, Inaiza Herradon Ferreira e Thaís de Oliveira Caciano. Paula Tatiane Monezzi já foi suspensa, em decisão publicada no Diário Oficial do dia 29 de abril, logo depois da advogada conseguir prisão domiciliar.
Sintonia dos Gravatas
O Gaeco ofereceu a denúncia contra 8 pessoas por envolvimento no núcleo Sintonia dos Gravatas, do PCC. Entre os denunciados estão presos de Mato Grosso do Sul e de outros estados, foragidos, um servidor público e também advogados, que tinham a função de ‘pombo-correio’ e ‘eram muito bem pagos para isso’, de acordo com relatos de integrantes da facção.
A denúncia foi oferecida no dia 8 de abril e trata da Operação Courrier. Conforme o Gaeco, a apuração inicial foi deflagrada para apurar a conduta de pessoas que integram ou se integraram em facções criminosas e demais delitos praticados por elas. Nos relatórios, consta que a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) levou ao conhecimento do órgão a existência de planos de atentados contra agentes públicos.
Um dos relatórios, com a data de 6 de abril de 2021, fala que, em uma das celas da Gameleira, foi apreendido um bilhete contendo uma ordem para que integrantes da organização criminosa assassinassem dois juízes, sendo um homem atuante em Uberlândia (MG) e uma mulher da 2ª Vara de Tóxicos, de Belo Horizonte, além de uma promotora, que atua na mesma vara criminal.
Advogado usou login e senha de servidor público
Anos antes, em 2019, delegado já havia feito abordagens a integrantes de uma organização criminosa, enquanto apurava assassinatos na fronteira, o que o fez sofrer pressões e então houve o afastamento dele da Operação Omertà. Horas após um depoimento, três consultas no sistema Sigo foram feitas em nome dele, pelo então chefe do cartório da 1ª Comarca de Campo Grande, Rodrigo Pereira da Silva Correa.
Questionado, Rodrigo apontou que Bruno Ghizzi, atuante em processos de execução penal de presos ligados ao PCC, procurou o delegado para informar que ele é quem tinha feito a consulta, usando login e senha do servidor público do Poder Judiciário.
Alegando interesse em providenciar uma suposta delação do “Sintonia dos Gravatas” e negando qualquer participação, ele comentou que o “Tio Doni” é quem estaria fazendo pagamentos a advogados que integravam tal núcleo.
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