Dois dias antes de ser sequestrado junto de Djone Mendonça, de 22 anos, e dos outros rapazes de 21 anos, Gabriel da Silva Souza, de 19 anos, foi ameaçado por um membro da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), segundo relato de testemunhas aos policiais.

O corpo de Gabriel foi encontrado perto do local onde os crimes ocorreram, em Costa Rica, a 384 quilômetros de Campo Grande, nessa quinta-feira (12). A testemunha relatou aos policiais que Gabriel já havia feito parte do PCC, mas que tanto ele como as outras vítimas haviam deixado a facção. 

Ela ainda contou que dois dias antes Gabriel já estava sendo ameaçado por membros da facção, o que foi confirmado pelos sobreviventes que afirmaram que seriam conhecidos como, ‘Anjo Mau' e ‘Poucas ideias'.

Ainda segundo informações, os encapuzados estavam em dois carros, um Fiat Uno e um Corsa. Ainda foi informado que Gabriel teria sido encarregado de reunir todos e depois avisar a quem o estava ameaçando. 

Quatro rapazes foram vítimas do atentado (Foto: MS Todo Dia)

Sequestro e morte

Os quatro amigos foram sequestrados na casa de Jhony, por outros quatro suspeitos, todos encapuzados. As vítimas foram levadas até uma área de mata, onde ocorreram os homicídios e tentativas de homicídios.

Djone foi encontrado morto com dois no pescoço. Uma outra vítima foi ferida com tiros nas costas e teria perdido o movimento das pernas. Já o terceiro sofreu os ferimentos a facadas no rosto e conseguiu pedir socorro, enquanto a quarta vítima, Gabriel,  teria fugido do local, mas acabou encontrada morta.

Os quatro rapazes têm várias passagens pela polícia. Quando adolescente, Jhony participou do homicídio do pecuarista Oscar Serrou Camy, de 78 anos, e da filha, Marta Serrou Camy, de 44 anos, em 2013. O crime aconteceu na cidade de Pedro Gomes. Junto com outros comparsas, ele invadiu a casa das vítimas. O pecuarista foi agredido até perder os sentidos e a filha foi estuprada pelos acusados. Ela ainda foi esganada e colocada ao lado do pai, que estava desmaiado.

Os criminosos atearam fogo nas vítimas, que morreram no local. Jhony foi o primeiro identificado e um comparsa, Anderson de Jesus Andrade, foi preso anos depois, em junho de 2019.