O homem acusado de assassinar e estuprar a menina de 11 anos, no Bairro Nossa Senhora das Graças, na última segunda-feira (12) teve a prisão preventiva mantida, durante audiência de custódia nesta quarta-feira (14). Ele confessou que já tinha feito vários programas com a mãe da vítima, mas que a menina saía da residência com os irmãos menores.

O suspeito afirmou que já utilizou droga na casa onde as crianças moravam, e que no dia do crime a mãe da vítima teria perguntado se ele iria à residência dela, e ele teria respondido que “talvez passasse mais tarde”. Ao chegar ao imóvel, encontrou apenas a menina e disse ter entrado na casa pela porta dos fundos, que segundo ele estava aberta.

Ele afirmou durante depoimento que quando encontrou a menina na casa “ela se apavorou porque ele estava bêbado”, e então acabou dando um soco nela, fazendo com que caísse no chão. O homem negou o estupro e disse que “apenas passou a mão ‘na frente’ dela”.

Ele ainda alegou que ficou assustado com o que fez e saiu da residência apressado, e lavou a roupa ao chegar em casa “porque era a que ele utilizava no trabalho e estava suja de barro, pois havia chovido”. O suspeito relatou que não sabia que a vítima havia morrido quando saiu da casa.

Mãe da criança foi presa por abandono de incapaz. (Foto: Henrique Arakaki – Jornal Midiamax)

Mãe também vai continuar presa

A mãe da menina, presa por abandono de incapaz, também teve a prisão preventiva decretada, ao passar por audiência de custódia nessa terça-feira (13). Ela não teria pedido ao juiz para comparecer ao velório da própria filha, nesta terça. Em seguida, foi transferida para o Estabelecimento Penal Feminino Irmã Irma Zorzi, de regime fechado.  

Durante o interrogatório, a mãe informou que desde as 12h do domingo (11) estava consumindo bebida alcoólica com um amigo em frente a sua casa. Como começou a chover, ela recolheu as crianças e trancou a porta da frente por fora com cadeado. Ela alegou que já havia deixado comida pronta para os filhos.

Exames confirmaram estupro

Perícia inicial confirma que a menina de 11 anos foi estuprada. O autor teria matado a criança para acobertar o estupro de vulnerável e foi preso nesta segunda-feira (12). Conforme os delegados Roberto Morgado e Gustavo Henrique Barros, da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), a Perícia confirmou que houve estupro. A menina de 11 anos estava gravemente ferida em todo o corpo.

Também segundo as autoridades policiais, foi comprovado que a menina morreu após sofrer traumatismo craniano. O homem teria batido várias vezes com a cabeça da criança no chão, conforme apurado inicialmente na perícia.

Para os delegados, ele teria se aproveitado da vulnerabilidade da menina, a estuprado e a assassinado para acobertar o estupro. Os delegados não acreditam que a vítima tenha se assustado com a presença do autor, já que ele foi visto outras vezes na casa.

(Foto: Henrique Arakaki – Jornal Midiamax)

Irmão presenciou o crime

Segundo os delegados, o menino de três anos presenciou todo o crime. Ele foi ouvido no setor psicossocial da DEPCA e, em depoimento, confirmou o que viu.

Apesar da idade, o menino conseguiu gesticular e demonstrar o que presenciou na casa. Ele e os outros irmãos eram cuidados pela menina de 11 anos, já que costumavam ser deixados sozinhos pela mãe.

Já os outros irmãos da vítima estavam dormindo e não teriam visto o ocorrido. Pela situação de abandono, a mulher foi presa em flagrante pela equipe de plantão da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).

O autor do crime já tem passagens por violência doméstica e também condenação. No interrogatório, ele teria esboçado algum arrependimento e alegado não saber o que aconteceu.

Ele responderá por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel, para ocultar ou garantir impunidade de outro crime – que seria o estupro de vulnerável – e também pelo estupro de vulnerável.

Ainda conforme os delegados, as outras crianças não tinham sinais de violência, mas o caso segue em investigação. A casa era frequentada por usuários de drogas e também pelos clientes da mãe das crianças. A princípio não há informação de que a menina era prostituída pela mãe, mas o fato também é apurado.