Uma das integrantes da ‘gangue das mulheres’, de 31 anos, que aterrorizava lojistas da região central de , era um dos alvos da do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), na deflagração da ação ‘Sintonia’, dessa segunda-feira (18). Em menos de 30 dias, foi a segunda ação contra o PCC pelo Gaeco, sendo a primeira deflagrada no dia 25 de março. 

Ela, que já havia sido presa outras vezes como membro da gangue das mulheres, seria integrante da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), e contra ela havia um mandado de expedido. Ela foi levada para o presídio depois do cumprimento do mandado.

A operação ‘Sintonia’ cumpriu 67 mandados de prisão e 35 de busca e apreensão nas cidades de Campo Grande, Dourados, Amambai, Bela Vista, Corguinho, Maracaju, Naviraí, e Rochedo. Durante as investigações contra a facção criminosa PCC, descobriu-se que, mesmo do interior dos presídios, os faccionados com uso de celulares mantinham contato com integrantes fora dos presídios.

Ação dos faccionados

As ações dos faccionados eram para autorizar, gerenciar, coordenar e praticar crimes de , associação para o tráfico, porte ilegal de de fogo, roubo, sequestros e homicídios em Mato Grosso do Sul. O Gaeco ainda identificou diversos crimes relacionados à estrutura financeira e orgânica do PCC, uma vez que as condutas investigadas diziam respeito à movimentação criminosa da facção para angariar capital ilícito, bem como punir e manter a disciplina de integrantes que não seguiam as diretrizes da organização criminosa como deixar de quitar débitos com a comercialização de drogas ou arrecadação das “rifas” — espécie de loteria do crime.

Sintonia dos Gravatas e gangue das mulheres

Ao menos 15 advogados foram identificados durante as investigações do Gaeco sobre o núcleo ‘Sintonia dos Gravatas’, do PCC. Parte destes, com mandados de prisão e busca e apreensão, foram alvos da Operação Courrier. Conforme o relatório da operação do Gaeco, os advogados são suspeitos de integrarem a facção criminosa, repassando recados entre os membros que estão presos.

Entre eles, um advogado seria do estado de São Paulo e atua na defesa de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como liderança da facção.

Apesar de ser chamada de Sintonia dos Gravatas, esta fase deflagrada nesta segunda-feira (18) não tem relação direta com a Courrier, segundo membros da investigação.

Entre os investigados também estão dois servidores da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, um deles preso na operação e outro exonerado do cargo, além de dois policiais penais, um também preso.

Já entre os integrantes da facção que estão presos, foram apontados 5 como lideranças do PCC, que mantinham contato direto com os advogados investigados. A operação no dia 25 de março cumpriu 38 mandados, entre os de busca e apreensão e os de prisão.

Integrante da gangue das mulheres

Em fevereiro o Midiamax noticiou que o grupo chamado gangue das mulheres estaria praticando crimes em lojas no Centro de Campo Grande e gerando medo nos comerciantes da região. O grupo seria formado por quatro pessoas, que praticam crimes e tentam evitar a prisão formando “escândalos” e simulando agressões.

De acordo com o presidente da CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas), Adelaido Vila, o grupo já havia praticado crimes em quatro lojas da Capital. O último furto foi em uma rede voltada para o público feminino, na ocasião elas teriam agredido uma das seguranças.

Uma das integrantes foi detida em dezembro do ano passado ao furtar um perfume, um óculos e um par de calçados. Ela negou o furto, mas imagens de segurança confirmaram o crime. Atualmente, a autora segue em prisão domiciliar. Em contato com a reportagem, a GCM disse que monitora a situação.

O grupo também aparece como autor em uma denúncia realizada em 2018, por furtarem um hipermercado de Campo Grande. Além da autora em prisão domiciliar, outras duas mulheres são citadas, de 20 e 22 anos. Elas teriam furtado leite condensado, desodorante, chocolates e outros itens. Na ocasião, elas foram presas em flagrante.