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Polícia

Enfermeiro acusado de fazer aborto em Marielly nega crime, mas não sabe como sangue foi parar na casa dele

Ele passa por júri popular nesta quinta com o cunhado da vítima
Renata Portela, Clayton Neves -
Jodimar, de máscara, durante o júri - Foto: Henrique Arakaki/Midiamax

Réu pelo aborto com resultado de morte de Marielly Barbosa Rodrigues, de 19 anos, Jodimar Ximenes, 51 anos, que na época era enfermeiro, segue negando o crime. Marielly teria morrido após um aborto malsucedido, em maio de 2011, e nesta quinta-feira (15) acontece o julgamento dos dois réus pelo crime.

Em depoimento no plenário, em , a 70 quilômetros de , Jodimar reafirmou que não conhecia Marielly, que nunca a viu e nem mesmo praticou o aborto. Esta é a afirmação feita pelo enfermeiro desde o dia em que foi descoberta a morte da jovem, três semanas após seu desaparecimento.

Além disso, Jodimar afirma que não conhecia Hugleice da Silva, 39 anos, cunhado de Marielly que teria ‘arranjado’ o aborto para a jovem. Sobre o material apreendido na casa do então enfermeiro, como macas, pinças cirúrgicas e outros equipamentos, ele afirmou que trabalhava como manicure e por isso tinha aquele tipo de aparelhagem.

Aos jurados, Jodimar afirmou que foi agredido na delegacia, que teria sofrido torturas. Sobre o sangue que foi identificado na maca na casa do enfermeiro pelo teste com luminol, ele não soube dizer a procedência.

Depoimento da irmã de Marielly

No depoimento do julgamento, Mayara afirmou: “Eu não sei quem é essa pessoa. Hoje faço terapia depois de viver uma dependência emocional, eu não conseguia enxergar quem convivia comigo. É assustador e espero do fundo do meu coração que Deus não permita que ninguém passe pelo o que nós passamos.”

A irmã de Marielly ainda relembrou o desaparecimento da jovem e a angústia da família que não tinha notícias, sem saber o que estava acontecendo. “Ele assistiu a gente procurar, ir atrás de resposta. Assistiu tudo e não falou nada, se manteve calado como se não soubesse”, falou Mayara sobre o então namorado, Hugleice.

Durante várias partes de seu depoimento Mayara chorou muito. “Nunca tive suspeita. Nunca observei nada que manifestasse envolvimento e ao meu ver o contato da minha irmã com ele era contato normal. Na minha frente nunca aconteceu nada que gerasse suspeita. Nem pra minha mãe”, relatou Mayara.

Ela descobriu que Marielly estava quando vasculhou o quarto da irmã. Mayara ainda conta que quando descobriram o corpo de Marielly e a polícia passou a ter Hugleice como suspeito, ele falava que estavam incriminando ele. “Ele negava, dizia que era vítima, que estava sendo acusado injustamente. Dizia que minha irmã tinha se envolvido com sobrinho do ex-patrão dela.”

Mayara ainda falou sobre a tentativa de homicídio que sofreu de Hugleice. “Acordei amarrada, e ele disse que tinha me traído. Foram 39 pontos e graças a Deus eu sobrevivi diferente da minha irmã. Consegui sair de dentro da casa e vizinhos chamaram uma ambulância. Passei por cirurgia. Ele cortou meu pescoço e foi embora”, falou.

Pela tentativa de assassinato, hoje Hugleice foi condenado e cumpre pena em um presídio do Mato Grosso.

Gravidez indesejada e aborto

A investigação policial aponta que Marielly teve relação com o próprio cunhado, Hugleice. Dessa relação extraconjugal, resultou uma indesejada da jovem, comprovada por meio de um exame médico feito em fevereiro de 2011. No mês seguinte, em março, Marielly conheceu um rapaz com quem começou a namorar.

A gravidez era mantida em sigilo, mas a jovem chegou a confidenciar para uma amiga, dizendo que “se a criança nascesse seria uma ‘bomba’ para a família”. Foi então que ela e o cunhado teriam optado pelo aborto. Hugleice então conhece Jodimar, que morava na época em Sidrolândia.

No dia 19 de maio, conforme identificado pela perícia no celular de Hugleice, ele teria passado o dia em Sidrolândia. Já no dia 20, Hugleice e Marielly trocaram um total de 18 ligações telefônicas. No dia seguinte, em que a jovem desapareceu, eles foram até Sidrolândia na casa de Jodimar, também conforme apontado pelo e Polícia Civil.

Na residência, o então enfermeiro teria feito o procedimento de aborto na jovem. Uma prima de Jodimar que teria ficado ali para fazer a limpeza do local relatou que viu a vítima passando mal. O que se apurou é que Marielly, logo após o aborto, passou mal e faleceu. Ali, Hugleice e Jodimar colocaram a jovem na camionete do cunhado e levaram até a área de mata nas margens da rodovia MS-162, onde o corpo foi desovado.

Corpo de Marielly é encontrado

Foram três semanas do desaparecimento até o corpo de Marielly ser encontrado. O corpo já estava em estado inicial de mumificação, irreconhecível, sendo identificado pelos exames periciais. No dia do reconhecimento, Hugleice não teria olhado para o corpo, estava nervoso e saiu dizendo que não era Marielly.

No entanto, foi identificado que se tratava da jovem. A Perícia também identificou que Marielly já não tinha mais o feto, ou seja, o que para o MPMS comprova o aborto. A causa da morte não foi identificada, mas o indício é de que ela tenha sofrido uma hemorragia aguda, inclusive sendo identificado sangue perto da área pélvica do corpo da vítima.

A partir daí, sendo ouvidas testemunhas do caso, Hugleice teria confessado o crime, depois ainda tendo dito que teria sofrido violência psicológica da polícia. O MPMS pontuou que ele esteve com a presença do advogado em todas as vezes que foi ouvido, sendo impossível que o profissional permitiria tal fato.

Já Jodimar não chegou a confessar. Ele manteve a afirmação de que não conhecia Marielly, nem teria provocado o aborto. Os dois acusados foram denunciados em agosto de 2011 e pronunciados só em março de 2019, já 8 anos após a morte da jovem.

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