Duas empresas localizadas na Rua Abrão Júlio Rahe, em , foram interditadas na última semana e os proprietários e funcionários são investigados por . As empresas são suspeitas de oferecerem financiamento de veículos e imóveis aos clientes e, ao invés disso, vendiam consórcios enganando as vítimas.

A ação foi realizada entre Decon (Delegacia Especializada do Consumidor), Procon/MS (Superintendência Para Orientação e Defesa do Consumidor) e Creci/MS (Conselho Estadual de Corretores de Imóveis). Os proprietários e vendedores das empresas foram intimados e qualificados pela Polícia Civil.

As vítimas, que registraram boletins de ocorrência por estelionato, contaram que eram atraídas por meio de anúncios nas redes sociais. Eram oferecidos financiamento de veículos e imóveis, e as vítimas pagavam um valor de entrada e assinavam o contrato, porém o contrato assinado, na realidade, era de consórcio.

Ainda de acordo com a polícia, após a assinatura do contrato os vendedores ficavam “enrolando” as vítimas, dizendo que estavam em contato com a matriz para agilizar a liberação do valor (que nunca era liberado).

Quando a vítima pedia o cancelamento e a devolução do valor pago, era informada que seria preciso fazer uma solicitação por escrito e então seria devolvido somente a metade do valor pago, após alguns meses.

Durante a foi constatado que as duas empresas ofereciam consórcio da empresa AGILI, que não é autorizada pelo do Brasil a comercializar consórcios.

Ficou constatado também que os vendedores usavam nomes falsos para conversar com as vítimas. A Polícia Civil identificou que cada pessoa da empresa tinha uma função específica. Uma fazia o anúncio, outra fechava a venda, outra realizava a assinatura do contrato, outra ainda fazia contato com a matriz.

Assim, o grupo dificultava que a vítima conseguisse identificar um responsável. As empresas foram interditadas pelo Procon, por falta de alvarás. Já o Creci autuou um vendedor por exercício irregular da profissão.

Empresas alvo da Polícia Civil

Em abril, equipe da Decon realizou fiscalização em uma empresa de serviços financeiros, localizada também no Centro de Campo Grande, acerca de denúncias semelhantes. A empresa oferecia para as pessoas, via redes sociais, um “crédito imediato” ou “cota contemplada”, ou ainda “autofinanciamento”, que se trata de um contrato de consórcio, modalidade de crédito que depende de lance ou sorteio para a contemplação, tratando-se de golpe.

A atuação da Polícia Civil impediu a concretização de um crime em andamento, no qual um casal estava prestes a entregar R$ 9.500,00 para os golpistas, que era a condição para a contemplação da cota de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), que é prometida para as vítimas em no máximo 30 dias.

Os dois vendedores foram autuados em flagrante por Estelionato Tentado e liberados mediante pagamento de fiança no valor de R$ 9.696,00. O contrato fraudulento estava em nome de Consorcio Nacional Contempla, empresa não autorizada pelo Banco Central do Brasil a comercializar consórcios, caracterizando o crime de Estelionato de forma clara.

A Polícia Civil adverte a população para ficarem atentos a esse tipo de negócio, no qual é oferecido crédito imobiliário, de automóveis, caminhões, motos, etc., exigindo para a liberação do dinheiro uma quantia inicial. Antes de assinar os contratos de consórcio as pessoas devem consultar no site do Banco Central do Brasil se a empresa é autorizada a vender consórcio, bastando para isso o CNPJ. A certidão é pública, on-line e gratuita.