Defesa alega ‘mera coincidência’ em mensagem de policial penal com advogado de recados do PCC
Em uma das conversas, o advogado questiona se o agente poderia mudar a conduta do preso no Siapen
Thatiana Melo –
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A defesa do agente policial penal, preso no dia 25 de março durante operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), entrou com pedido de liberdade afirmado que mensagem, entre o advogado e o cliente seriam ‘mera coincidência’. Pedido ainda está sendo analisado pelo judiciário.
De acordo com o advogado Mauro D’Eli Veiga no pedido de liberdade feito, a mensagem em que o advogado pede para mudanças de cela de um de seus clientes, não estaria ligada a situação já que a mudança ocorreu após mais de 50 dias do ocorrido.
Ainda segundo a defesa, as mudanças de cela e pavilhão são rotineiras, já que existem muitos conflitos entre os detentos, o que gera necessidade de mudanças constantes. O advogado ainda afirma no pedido que não há menção de pagamento ao policial penal ou pedido de valores em relação à mudança de cela.
Ligação estreita de advogado com agente
A investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) aponta que, em ligação telefônica, o policial penal relatou a uma familiar que seria transferido. Ele disse que faria plantões no Presídio de Segurança Máxima – Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho.
Questionado se o local era perigoso, ele diz que “já estava de boa com o PCC lá, então é mais tranquilo”, revelando que, no presídio em que trabalhava, já havia conquistado o respeito dos faccionados, por tratá-los com respeito. O agente está preso preventivamente desde o dia 25 de março.
Conforme relatado pelo Gaeco, o policial tinha uma “relação promíscua” com o advogado. Os dois se mostraram bastante íntimos nas conversas flagradas pela acusação, sendo que o advogado frequentemente acionava o agente para pedir os favores ilegais. Um dos favores atendidos seria a transferência de um preso.
Este detento saiu de um presídio do interior e foi transferido para a Máxima em Campo Grande, a pedido do advogado. Tal advogado também teria conseguido, por um agente ainda não identificado, a transferência de uma liderança do PCC para Minas Gerais, mediante pagamento de R$ 40 mil.
Já em outra ocasião, o policial penal teria favorecido um preso, para que esse conseguisse uma saída temporária. Assim que saiu, o preso se encontrou com o policial e o advogado e, juntos, os três tomaram chopp. Por fim, o Gaeco também lembra que o agente chegava a indicar o advogado para vários presos, garantindo uma troca de favores.
Operação Courrier
Ao menos 15 advogados foram identificados durante as investigações do Gaeco sobre o núcleo ‘Sintonia dos Gravatas’, do PCC. Parte destes, com mandados de prisão e busca e apreensão, foram alvos da Operação Courrier. Conforme o relatório do Gaeco, os advogados são suspeitos de integrarem a facção criminosa, repassando recados entre os membros que estão presos.
Entre eles, um advogado seria do estado de São Paulo e atua na defesa de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como liderança da facção. Entre os investigados também estão dois servidores da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, sendo um deles exonerado, além de dois policiais penais, um também preso.
Já entre os integrantes da facção que estão presos, foram apontados 5 como lideranças do PCC, que mantinham contato direto com os advogados investigados. A operação cumpriu 38 mandados, entre os de busca e apreensão e os de prisão.
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