Após denúncia de abusos e maus-tratos, professora nega crimes em depoimento

Vítimas são alunas de escola particular com idades entre 3 e 5 anos

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Professora foi ouvida na Depca (Foto: Stephanie Dias, Midiamax)

A professora de escola particular de educação infantil, alvo de denúncias de maus-tratos e abusos contra crianças de 3 a 5 anos, foi ouvida na Depca (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente) na manhã desta terça-feira (17). Ela negou os fatos e o caso segue em investigação.

Conforme apurado pelo Jornal Midiamax, a mulher foi ouvida e negou todos os crimes. Até mesmo sobre as agressões contra as crianças ela teria dito que “Nunca, jamais isso aconteceu em hipótese nenhuma”. Apesar disso, 5 crianças confirmaram que sofreram abusos ou maus-tratos.

Os três casos de maus-tratos e dois de abuso sexual foram registrados em boletim de ocorrência, após relato e confirmação das vítimas em depoimento especial na delegacia, com acompanhamento psicológico.

Na última semana, foram cumpridos os mandados de busca e apreensão na residência da professora. Lá foram apreendidos dois celulares da mulher, além do aparelho do marido. Também serão periciados o computador, pen drive e CDs para ver se há material de cunho sexual.

O HD com imagens das câmeras da porta do banheiro da sala de aula passará por perícia. As professoras assistentes também serão ouvidas, assim como os donos da escola.

Mães denunciaram professora

Uma das mães contou emocionada ao Midiamax que a filha reproduziu em casa ato libidinoso. A mãe, então, questionou sobre quem teria feito aquilo com a criança e, inclusive, perguntou se teria sido alguém do convívio, da família.

No entanto, a resposta da criança teria sido de que a professora teria repetido os gestos com ela. A menina ainda teria relatado outros tipos de abuso. Abalada, a mãe levou a menina na psicóloga em que ela fazia terapia, de onde recebeu indicação de uma terapeuta infantil. A criança também foi levada na ginecologista.

Professora foi denunciada por mães
Mãe relatou o caso na Depca (Foto: Leonardo de França, Midiamax)

Teria sido no último domingo (8) – Dia das Mães – que a empresária encontrou uma amiga na escola. A filha estuda com a menina de 3 anos e a mulher comentou sobre o ocorrido, já que no sábado a criança teria novamente reproduzido o ato. A amiga da empresária, então, relatou que o mesmo estava acontecendo com a filha dela.

Outra mãe, que não será identificada, contou ao Jornal Midiamax que a filha teria sido abusada pela professora. Ela relatou que a mulher teria levado crianças para o banheiro, onde ocorreriam os estupros. A denúncia era de que a professora teria passado as mãos nas partes íntimas das crianças.

O fato, por si só, já causava estranhamento nos pais, porque segundo eles quem deveria levar as crianças ao único local sem câmeras ao vivo era a professora auxiliar.

Relatos de estupro

Conforme denúncia, os abusos teriam começado em 2021, sendo que um menino teria sido estuprado pela professora. Os pais notaram o comportamento estranho do filho e o levaram até uma psicóloga, que disse que a criança seria vítima de abuso sexual. Então, os pais procuraram a escola e teriam tido como resposta que a professora era inocente e que trabalhava há anos no local. “Nos chamaram de loucos”, relatou uma das mães.

Todas registraram boletins de ocorrência que vão de maus-tratos a estupro contra a professora. O caso é investigado e, só quando foi acionada pela polícia, a escola teria afastado a profissional, apesar dos relatos dos pais desde o ano passado sobre o comportamento dela em sala, observado pelas câmeras.

“Só hoje (quinta) consegui me levantar da cama”, disse na última semana uma das mães que relatou ter descoberto com os outros pais que sua filha também era abusada pela professora na escola. “Estão tentando abafar o caso”, disse a mãe da menina. Ela contou que a filha estava frequentando a escola há sete meses, e que no começo estava tudo normal.

Mas, depois de um tempo, a menina começou a não querer ir para a escola. Ainda segundo a mãe, por motivos de saúde da filha, a criança deixou de ir um tempo para a escola, cerca de 1 mês, mas quando retornou, a filha voltou a demonstrar que não queria ir para a escola. A menina por gestos teria demonstrado que era abusada pela professora.

Ainda de acordo com uma das mães, as crianças chegaram a ser ouvidas pela psicóloga da escola, que negou qualquer tipo de abuso. Porém, na delegacia, quando ouvidas em depoimento especial, o estupro teria sido confirmado, segundo relato dos pais.

Em um dos registros por maus-tratos contra uma criança de 4 anos, há o relato de que a professora puxava os cabelos da vítima e a segurava pelos braços na sala de aula, fazendo-a sentar na cadeira à força. Ela ainda xingava a menina. A mãe contou que viu pelas imagens de câmeras na sala a agressão da professora ao vivo contra seu filho, que não queria ir mais para a escola.

Escola diz ter afastado a professora

Em contato com a escola, a diretora da unidade falou que a professora foi afastada no mesmo dia em que os pais procuraram a direção falando sobre o caso e que o que se tem é uma suspeita de assédio e não há uma prova concreta sobre crimes como estupro de vulnerável e maus-tratos.

Ainda segundo a direção da escola, todo o HD com as imagens das salas de aula e do pátio da escola foram entregues na delegacia. Sobre o fato da professora levar as crianças ao banheiro — momento em que os abusos aconteciam — em vez da auxiliar foi negado pela diretora da escola.

Ela ainda reforçou que a escola neste momento está trabalhando em cima da neutralidade, para a preservação das crianças e da professora. Os nomes da escola, da professora e das mães não serão divulgados, de modo a preservar a identidade das crianças, conforme preconiza o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

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