Ao usar o plenário do júri para suas explanações, a defesa de Evaldo Dias Zenteno, acusado de matar o próprio filho afogado em uma bacia, pediu aos jurados para que julgassem os fatos/crime, e não o réu que seria julgado por Deus, segundo o defensor.

O defensor disse que conversou com Evaldo e o questionou se ele tinha consciência do que estava acontecendo, se ele sabia o que iria acontecer no fim do julgamento e de acordo com a resposta do réu, Evaldo queria ser punido pelo crime. 

A defesa ainda discorreu que Evaldo tinha um amor patológico por Thayelle, que passou a viver em função da mulher. O defensor ainda disse que Evaldo estava muito arrependido do crime, e queria receber a punição. 

“Espero que no final do dia quando estiverem na casa e colocarem cabeça no travesseiro, sintam aquela sensação de dever cumprido e durmam o sono dos justos”, disse o defensor ao júri. 

Demora para socorrer

Foram 2h30 para Evaldo Dias Zenteno resolver socorrer o bebê, Miguel Henrique, após afogá-lo em uma bacia cheia de água. Duas horas que separaram uma possível salvação para Miguel se o acusado tivesse agido em favor do filho, mas Evaldo preferiu atingir a ex-mulher de quem havia se separado matando o próprio filho.

A promotora de acusação durante as suas explanações para os jurados usou a bacia que Evaldo afogou Miguel, além das roupas usadas pelo bebê. Em suas explicações, a promotora comparou o caso com o de Isabela Nardoni, que foi arremessada da janela do apartamento de seu pai quando passava o fim de semana com Alexandre Nardoni, que acabou preso pelo crime junto da mulher Anna Carolina Jatobá.

Frio, calculista

Por vídeo, o policial militar que atendeu a ocorrência no dia do crime contou ao júri, que de toda sua experiência profissional percebeu que Evaldo havia premeditado o crime, e que estava mentindo em relação a vários pontos, que não conseguia explicar. 

Como, por exemplo: Ele estava de chinelos de cor branca, no dia do crime e disse aos PMs que quando o bebê foi jogado no córrego da Ernesto Geisel, ele entrou no córrego para buscar o filho, mas o militar percebeu que seu chinelo continuava branco mesmo dizendo que tinha ido atrás do filho. 

Outro ponto que chamou a atenção é que Miguel estava de roupa branca e não estava suja, mesmo com o bebê caindo no córrego. O policial ainda disse que em nenhum momento, Evaldo chorou pela morte do filho, sendo que aparentava frieza e passou a fingir lágrimas para tentar se defender. Ele foi descrito pelo policial como calculista e o crime premeditado.

Antes do início do julgamento, Thayelle disse ao Jornal Midiamax que esperava por pena máxima para honrar a memória do filho. Ela ainda disse que teve a oportunidade de um novo recomeço construindo uma nova família e esperando seu segundo filho, que também é um menino, Ravi.