Do dia 1º de janeiro de 2021 até a última terça-feira (16), Mato Grosso do Sul registrou 2879 casos de , com vítimas sendo mulheres. A média é de 38,38 casos por dia. Em casos extremos, o ciclo da violência familiar só termina com a morte, como ocorreu com Leonida Freitas, de 48 anos, na quarta-feira (17).

Conforme dados da Coordenadoria de Fiscalização e Controle de dados da Sejusp-MS (Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul), durante o mesmo período foram 1934 casos de ameaça, 931 de lesão corporal dolosa, 11 de tentativa de e 3 de feminicídio.

No caso de Leonida, as investigações iniciais da DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) apontaram, conforme o laudo pericial, que a morte não foi provocada pelas lesões sofridas por parte do marido. Contudo, ela é uma das mulheres que faz parte das estatísticas, uma vez que foi feito um boletim de ocorrência por lesão corporal dolosa.

No último dia 10, há menos de uma semana da morte de Leonida, uma mulher de 28 anos também sofria violência doméstica no município de Terenos, a 28 km da Capital. O motivo foi que ela pediu o divórcio para o marido. Ao recusar, o homem esfaqueou a vítima 14 vezes nas costas, braços e pescoço.

Na mesma data, uma mulher foi ferida a golpes de foice pelo marido após um desentendimento. A vítima precisou de atendimento médico após o marido ficar com ciúmes e á-la no braço.

Ainda na semana em que Leonida morreu, no sábado (13), uma mulher de 35 anos foi agredida pelo marido com corrente e cadeado em Dourados, distante 225 km de . A vítima relatou que o marido chegou em casa bêbado e questionou o porquê dela ter marcado uma sessão de bronzeamento.

Na sexta-feira (12), uma jovem de 25 anos foi mantida em cárcere privado por dois dias e estuprada pelo namorado. Ela relatou que o homem a teria obrigado a entrar o quarto e ordenado que os dois tivessem relações sexuais. Quando teve “não” como resposta, o autor a enforcou e puxou pelo cabelo. Quando foi solta, no domingo (14), ele ainda a teria ameaçado de morte caso contasse para alguém.

Ajuda

Existem dois números para contato de ajuda para vítimas de violência doméstica: 180, que garante o anonimato de quem liga, e o 190. Importante lembrar que a Central de Atendimento à Mulher – 180 -, é um canal de atendimento telefônico, com foco no acolhimento, na orientação e no encaminhamento para os diversos serviços da rede de enfrentamento à violência contra as mulheres em todo o Brasil, mas não serve para emergências.

As ligações para o número 180 podem ser feitas por telefone móvel ou fixo, particular ou público. O serviço funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, inclusive durante os finais de semana e feriados, já que a violência contra a mulher no Brasil é um problema sério no país.