Membros do PCC que decapitaram vítima são condenados e penas somam mais de 165 anos

José foi sequestrado e morto pelos faccionados

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Na quarta-feira (30) teve início o julgamento de 6 integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital), acusados do sequestro, cárcere privado, homicídio e ocultação de cadáver de José Carlos Louveira Figueiredo, de 41 anos, o ‘Coroa’. O júri foi retomado nesta quinta-feira (1º) e todos os réus foram condenados, a penas que somam mais de 165 anos de prisão.

O Conselho de Sentença decidiu por condenar Kaio Batista de Oliveira, 28 anos, o ‘Manaus’, Luan Loubet Barros, 23 anos, Nilton Gauta Evangelista, 41 anos, Cleia Ricarda Aveiro, a ‘Paraguaia’, de 44 anos, Pamella Almeida Ribeiro, 32 anos, a ‘Carioca’ e Henrique Leandro da Silva Pelegrino, o ‘Gordinho’, de 27 anos. O último foi absolvido apenas pelo cárcere privado do filho da vítima, que também foi sequestrado no dia.

Conforme apontado na denúncia após trabalho de investigação da Polícia Civil, os integrantes do PCC sequestraram José Carlos e o filho no dia 18 de novembro de 2017. O grupo teria sequestrado pai e filho, ainda adolescente na época, e as vítimas foram levadas até uma casa no Jardim São Conrado. Eles ficaram alguns minutos no local e depois seguiram para outra residência.

No mesmo dia, a vítima foi levada para outra cantoneira, no Jardim Noroeste, onde permaneceu até o dia 20 de novembro. Neste dia, José e o filho foram levados até uma casa no Taveirópolis. No dia 21, o adolescente foi levado para uma cantoneira nas Moreninhas, enquanto o pai passava pelo ‘julgamento’ do PCC, o tribunal do crime.

José era acusado de estar envolvido com o Comando Vermelho, facção rival ao PCC. Ele foi agredido durante todo o tempo em que esteve em cárcere e foi condenado à morte. No dia 22 de novembro de 2017, ele foi assassinado e decapitado. O corpo foi envolto em um cobertor e sacos plásticos e separado da cabeça.

Depois, o corpo da vítima foi colocado em um Ford Fusion, de Henrique, e levado até o Inferninho, onde foi desovado. A cabeça da vítima não foi localizada. O grupo foi denunciado por integrar organização criminosa, sequestro, cárcere privado, homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel, impossibilitando capacidade de defesa da vítima e ocultação de cadáver.

Condenação

Conforme sentença do juiz Aluizio Pereira dos Santos, Kaio foi condenado a 26 anos, 8 meses de reclusão e 41 dias-multa; Luan a 26 anos e 5 meses de reclusão, mais 36 dias-multa; Nulton a 28 anos e 10 meses de reclusão, mais 53 dias-multa; Cleia Ricarda a 28 anos e 3 meses, mais 51 dias-multa; Pamella a 28 anos e 10 meses de reclusão e 53 dias-multa e Henrique a 26 anos e 4 meses de reclusão e 53 dias-multa.

Os réus deverão cumprir regime fechado e tiveram as prisões mantidas. Em fevereiro deste ano, outro envolvido no crime também foi julgado e condenado. Adriano Hilário dos Santos foi condenado a 20 anos e 6 meses de reclusão em regime fechado. Atualmente ele está detido no Presídio Federal de Mossoró (RN) e responde pelo homicídio e ocultação de cadáver.

No julgamento, Adriano chegou a alegar que não conhecia a vítima e que só ficou sabendo da acusação do homicídio quando foi preso no aeroporto de Guarulhos. A polícia teria chegado até ele por meio de mensagens de celular.

Elogio

Ao final do júri, o magistrado ainda registrou elogio aos policiais militares que durante toda noite fizeram a segurança dos jurados, que pernoitaram em um hotel. Isso, pelo risco já que o julgamento envolvia acusados de integrarem o PCC. Também foi feito elogio aos demais policiais que atuam na escolta dos presos do Fórum há muitos anos, sempre mantendo a segurança e integridade dos operadores. A menção foi encaminhada ao Comando-Geral. 

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