Com pelo menos 10 pessoas presas, entre elas seis brasileiros, a Polícia Nacional do e o Ministério Público fizeram vistorias na Penitenciária Regional Pedro Juan Caballero na manhã desta quinta-feira (14). Desde o último fim de semana, série de homicídios mobiliza forças policiais. Nesta quarta-feira, tanto o governo paraguaio, em conjunto com a Polícia Federal do Brasil, como o Governo do Mato Grosso do Sul anunciaram força-tarefa para conter a onda de violência. 

Há fortes indícios de que o narcotraficante Faustino Ramón Aguayo Cabañas, de 44 anos, seja o mandante da chacina que resultou na morte de quatro pessoas no último sábado na cidade que faz fronteira com Ponta Porã.

Entre as vítimas do ataque estão a filha do governador de Amambay, Ronald Acevedo, o suposto traficante de drogas Osmar Vicente Álvarez Grance, 29 anos, vulgo ‘Bebeto', e as estudantes Kaline Reinoso de Oliveira, 21 anos, de , e Rhannye Jamily Borges de Oliveira, 19 anos, de Mato Grosso.

A intervenção na penitenciária aconteceu na madrugada desta quinta-feira, segundo informações do ABC Color. Os primeiros dados mostram que os promotores Alicia Sapriza e Marcelo Pecci chefiaram a operação.

As autoridades paraguaias acreditam  que quem ordenou o ataque foi o narcotraficante Faustino Ramón, que era procurado pela Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) e se entregou às autoridades no Palácio da Justiça em 27 de maio deste ano.

Ficha policial

Segundo informações da Senad, considerado hoje um poderoso narcotraficante, Faustino Ramón Aguayo era quase desconhecido até 2019, quando foram realizadas três grandes apreensões no âmbito da Operação “Polaris”.

Todas as apreensões, que totalizaram quase três toneladas, aconteceram entre janeiro e agosto de 2019 e foram feitas na área de sargento José Félix López (ex-Puentesiño) e Yby Yaú. Na época, Faustino foi apontado como dono da droga.

Em setembro de 2019, foi realizada a operação Dignidad, que resultou na prisão de 9 policiais que protegiam seu esquema de narcotráfico. Em 27 de maio de 2021, ele se rendeu perante o juiz Mirko Valinoti e foi encaminhado à Penitenciária Regional Pedro Juan Caballero.

Força-tarefa em MS

Segundo o secretário Antônio Carlos Videira, policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar), Garras (Delegacia Especializada de Repressão a a Bancos Assaltos e Sequestros), Batalhão de Choque, DOF (Departamento de Operações da Fronteira), Polícia Rodoviária Estadual, (Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos), Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico) e PMA (Polícia Militar Ambiental), que participam da Operação Hórus, do Ministério da Justiça, serão enviados para as cidades-gêmeas.

Quanto ao pedido de envio da Força Nacional e Exército, o secretário afirmou que não tem pretensão de solicitar, pelo menos por enquanto. “As mortes foram em território paraguaio e nossas forças policiais reforçam a segurança de Ponta Porã até Sete Quedas”.

As cidades que receberão o efetivo são Coronel Sapucaia, fronteira com Capitán Bado, Ponta Porã, fronteira com a cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, Paranhos, com Ypejhú, e Sete Quedas, fronteira com Pindoty Porã.

Ainda conforme o secretário, o único homicídio ocorrido no lado brasileiro — do vereador de Ponta Porã Farid Afif — é investigado pela DEH (Delegacia Especializada de Homicídios). “A princípio, o homicídio do vereador não tem nenhuma ligação com os quatro homicídios ocorridos em Pedro Juan Caballero”, afirmou em referência ao atentado ocorrido no sábado (9), que vitimou a filha do governador do Departamento de Amambay, Haylée Carolina Acevedo, de 21 anos.

As equipes permanecerão na linha internacional por tempo indeterminado e operam em sintonia com a Polícia Nacional Paraguaia.