Considerado ‘frio e obsessivo’, defesa tenta reduzir prisão de pai que matou bebê na bacia
Defesa alega que não há laudo que prove acusações sobre personalidade do pai
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Na próxima semana, será julgado pedido feito pela defesa de Evaldo Christyan Dias Zenteno, de 23 anos, pela morte do próprio filho, Miguel Henrique, que na época tinha 2 anos e 11 meses. O crime aconteceu em setembro de 2019 e Evaldo foi condenado em agosto deste ano, a 20 anos de prisão.
No pedido feito pela Defensoria Pública, é alegado que não deveria ser considerado o fator de personalidade de Evaldo, apontado por testemunhas como frio e obsessivo. A defesa afirma que não há parecer médico que indique isso ou elementos concretos da má personalidade, sendo que deveria ser considerada neutra.
Também é feito pedido de nova dosimetria da pena e aumento do patamar da redução da pena, pela incidência atenuante da confissão espontânea do réu. O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pontuou que Evaldo confessou que viu o filho de 2 anos se afogando e debatendo e não fez nada, mas optou por mexer no celular.
Com isso, cabe a atenuante da personalidade, sem que precise de laudo médico para fundamentação. A acusação também entende que não vale redução maior da pena pela confissão e pede pelo conhecimento e improvimento do recurso, que será julgado pela 2ª Câmara Criminal.
Demora para socorrer
Foram 2 horas e 30 minutos para Evaldo Dias Zenteno decidir socorrer o bebê, Miguel Henrique, após afogá-lo em uma bacia cheia de água. Duas horas que separaram uma possível salvação para Miguel se o acusado tivesse agido em favor do filho, mas Evaldo preferiu atingir a ex-mulher matando o próprio filho.
A promotora de acusação durante as suas explanações para os jurados usou a bacia que Evaldo afogou Miguel, além das roupas usadas pelo bebê. Em suas explicações, a promotora comparou o caso com o de Isabela Nardoni, que foi arremessada da janela do apartamento de seu pai quando passava o fim de semana com Alexandre Nardoni, que acabou preso pelo crime junto da mulher Anna Carolina Jatobá.
Frio, calculista
Por vídeo, o policial militar que atendeu a ocorrência no dia do crime contou ao júri, com base em toda sua experiência profissional, ter percebido que Evaldo havia premeditado o crime, e que estava mentindo em relação a vários pontos, que não conseguia explicar.
Como, por exemplo: Ele estava de chinelos de cor branca, no dia do crime e disse aos PMs que quando o bebê foi jogado no córrego da Ernesto Geisel, ele entrou no córrego para buscar o filho, mas o militar percebeu que seu chinelo continuava branco mesmo dizendo que tinha ido atrás do filho.
Outro ponto que chamou a atenção é que Miguel estava de roupa branca e não estava suja, mesmo com o bebê caindo no córrego. O policial ainda disse que em nenhum momento Evaldo chorou pela morte do filho, sendo que aparentava frieza e passou a fingir lágrimas para tentar se defender. Ele foi descrito pelo policial como calculista e o crime premeditado.
Antes do início do julgamento, Thayelle disse ao Jornal Midiamax que esperava por pena máxima para honrar a memória do filho. Ela ainda disse que teve a oportunidade de um novo recomeço construindo uma nova família e esperando seu segundo filho, que também é um menino, Ravi.
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