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Polícia

Aviões do crime: MS teve 25 acidentes aéreos, bandidos ‘ousados’ e até mortes após nevoeiro

Investigações ainda estão em andamento e fazem parte de ‘cenário gigantesco’ de ilícitos apurados pela Ícaro
Arquivo -

encerra o ano de 2021 com 25 acidentes aéreos e um ‘cenário gigantesco’ ainda a ser apurado pela polícia, mostrando a ousadia de bandidos para transportar drogas em aviões, helicópteros e até mesmo a tentativa de passar por um nevoeiro para despistar os órgãos que monitoram o espaço aéreo. O resultado? e extensa investigação por parte da Ícaro, ação pioneira que já completou 7 anos.

“São 25 acidentes e todos eles entram na atuação da operação Ìcaro, com repressão qualificada a crimes aeronáuticos e investigação criminal de sinistros aéreos, além da questão do atentado à segurança de voo e crimes correlatos. Este é um balanço final que nós estamos fazendo e envolvem o narcotráfico, além de aeronaves apreendidas por conta de lavagem de dinheiro”, afirmou ao Midiamax a delegada Ana Cláudia Medina, titular do Departamento de Repressão à Corrupção e ao (Dracco). 

Conforme a delegada, todas as investigações estão em andamento e revelam um cenário “único e aprofundado”. Um dos casos é do helicóptero com 246 kg de cocaína, que saiu do Paraguai, pegou um nevoeiro e caiu no , em outubro deste ano. Em questão de cinco minutos, assim que a dupla entrou no território brasileiro, houve o acidente e eles morreram. 

Na ocasião, a investigação apontou que os bandidos estariam na região rural de Ponta Porã, voando a baixa altura. Pelo clima e horário, que seria durante a madrugada, havia muito nevoeiro e eles então colidiram, violentamente, com o solo, em uma área de plantação de soja.

“É um caso em que eles [traficantes] estavam voando de maneira irregular, em condições climáticas adversas e até irregulares, proibidas e que acabaram em sinistro. Temos este e outros casos em que conseguimos fazer a apreensão de entorpecentes. É uma realidade que, desde 2015, nós alertamos quanto a ação da operação Ícaro e, por conta disso, nós seguimos conhecendo o cenário e apontando a necessidade da repressão qualificada de crimes aeronáuticos por parte da polícia judiciária. Somos pioneiros também por isso”, apontou Medina.

Havia uma lacuna antes, diz delegada

Antes da operação Ícaro, que começou com o registro de um boletim de ocorrência falando de furto de peças e se estende para uma ação que revolucionou a aviação civil no país, mudando até protocolos da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul não possuía este atendimento especializado. 

“Hoje nós damos causas a acidentes enquanto que as agências fiscalizadoras e o próprio Centro Nacional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos [Cenipa] atuam com hipóteses e não causas. Antes, havia uma lacuna nestas questões que envolviam o acidentes e todo o ambiente aeronáutico. Hoje, diferente do que muitos pensam, nosso foco é não é só a responsabilização, mas, de primeiro momento, entender o cenário, o que aconteceu, buscar respostas, conseguir colaborar para alguns mecanismos que envolvem a segurança de voo e também responsabilizar aqueles que estão usando a aviação para o cometimento de crimes, algo que não existia antes da Ícaro”, argumentou. 

 Avião de pequeno porte caiu em plantação de eucalipto de fazenda, no dia 20 de dezembro deste ano. Crédito: Corpo de Bombeiros/Divulgação

 

Atualmente, a operação Ícaro se tornou permanente. “Estamos analisando tudo ao longo destes 7 anos e agora, em 2021, o que é mais recente também e chama a atenção, na questão do sinistro aéreo, é que tivemos cinco acidentes envolvendo aeronaves agrícolas agora em dezembro. É o período de safra e um mecanismo bastante utilizado nas lavouras, então, a investigação nem sempre aponta a responsabilidade de forma imediata. Nós primeiro verificamos o comandante, o proprietário e até a oficina para depois dar uma resposta a sociedade, sempre nesta vertente – homem, meio e a máquina”, explicou a delegada.

No caso da Dracco, a atuação para combater o cenário aeronáutico é composta pela polícia judiciária, no caso da delegada, além do piloto policial e chefe de operações aéreas, atuante desde 2015 e, por último, um perito especializado em fator material. 

 “Essa equipe foi formada em todos os eixos para dar uma resposta a sociedade e é por isso que a gente tem trazido todos estes resultados e buscado, inclusive, padronizações e mudanças, culturais até, neste cenário. No caso da comunidade aeronáutica, a intenção foi alertar sobre a necessidade de sempre se priorizar a questão da operação aérea, da segurança, apontando que os regulamentos não são meros ditames legais”, disse. 

Além das apreensões dos veículos flagrados de forma irregular no espaço aéreo, Medina ressaltou que apreensões em solo, de aviões em condições inseguras, também ocorreram por parte do Dracco. “Foi o caso de apreensões em que verificamos que a manutenção não está adequada, que existem irregularidades nos seus manuscritos obrigatórios e ainda os casos crimes conexos, como é o táxi aéreo clandestino, com estelionato e que pode recair na lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, falsidade ideológica, falsificação de documentos, então, realmente, é um cenário gigantesco, com casos complexos a serem descobertos”, finalizou. 

Aeronave ficou destruída pelo fogo em . – Divulgação/ PC

 

 

 

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