Denúncias apontam que a tentativa de resgate de Giovanni Barbosa da Silva, o ‘Bonitão' do PCC (Primeiro Comando da Capital) teria ocorrido após negociação frustrada pela liberdade do líder da facção na . A princípio, agentes paraguaios de Pedro Juan Caballero teriam exigido US$ 1 milhão para soltarem o criminoso, mas houve desacordo.

As ações que ainda terminaram na morte de 8 pessoas na noite desta segunda-feira (11) em , tiveram início no último sábado (9), quando Bonitão foi preso. Um vídeo feito no momento da detenção mostraria que ele foi levado por alguns policiais até a Base de Investigação Criminal por volta das 19h50. Tudo teria corrido com tranquilidade, sem intercorrências.

Após prisão, ‘Bonitão' do PCC teria negociado liberdade por 1 milhão de dólares
Momento da prisão de Giovanni (Divulgação)

Já preso, Bonitão teria sido coagido a pagar o referente a US$ 1 milhão, para que fosse liberado. Ele aceitou e conforme o site paraguaio La Nación, chegou a desembolsar metade do valor, mas a negociação acabou frustrada. Ele entregaria o restante na segunda-feira, mas quando o grupo foi pagar os 500 mil dólares ainda na madrugada de domingo (10), houve uma discussão entre os agentes e os ‘soldados' de Bonitão, que terminou com o tiroteio.

Durante a troca de tiros, um paraguaio ficou gravemente ferido. Um dos policiais chegou a ser feito refém, mas os integrantes do PCC acabaram fugindo e abandonando o chefe. Ainda segundo a denúncia, após a decisão do presidente Mario Abdo pela extradição de Giovanni, os policiais paraguaios começaram a distribuir o dinheiro sujo. Há agora temor por suposta vingança do PCC pelo cometido.

Expulsão e mortes

No mesmo dia do tiroteio, Bonitão foi expulso do Paraguai e entregue à Polícia Federal do Paraná. Já na noite de segunda-feira, integrantes do PCC que teriam participado do tiroteio e tentativa de resgate do preso foram mortos em confronto com policiais do (Delegacia Especializada Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros).

Oito homens morreram, dos quais seis seriam brasileiros. Até o momento, foram identificados os paraguaios Edson Prieto Dávalos, de 28 anos, e Óscar Rubén Cardozo Delvalle, de 37. Os dois estavam no grupo que trocou tiros com o Garras, Bope (Batalhão de Operações Especiais) e DOF (Departamento de Operações de Fronteira).

Segundo informações da polícia, após a prisão e expulsão de Giovanni, as forças de segurança descobriram a casa onde se escondiam os bandidos no Brasil e em operação coordenada, invadiram a casa de apoio. No local, encontraram 8 membros da facção, sendo que dois conseguiram pular o muro e fugir.

Após prisão, ‘Bonitão' do PCC teria negociado liberdade por 1 milhão de dólares
Armas foram apreendidas (Divulgação)

Houve confronto e seis acabaram mortos no local. Equipes do DOF e Bope vasculharam a região e encontraram os outros dois fugitivos, que também morreram em troca de tiros. Durante a operação, várias armas também foram apreendidas, incluindo um fuzil da marca MOE, modelo FN15, série FNCR 001854, de origem americana, calibre 5,56 / .223, com dois carregadores e dois telefones iPhone.