Adolescente, de 15 anos, que denunciou um suposto caso de estupro sofrido por um passageiro durante corrida por aplicativo em Campo Grande, prestou depoimento especial na Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), na tarde desta segunda-feira (26). Ela admitiu ter mentido ao registrar boletim de ocorrência, na presença da mãe, no último sábado (24). O motorista foi ouvido e liberado,  e negou o estupro, além da corrida compartilhada.

Em depoimento especial, na presença de psicólogos, a adolescente afirmou que o motorista não abusou dela e também que não havia passageiro no carro. Isso porque, no boletim de ocorrência registrado na (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), ela afirmou que o aplicativo de transporte teria avisado que a corrida seria compartilhada, o motorista desviado da rota e ela teria sido estuprada pelo passageiro durante 50 minutos. Ainda segundo a denúncia inicial, o motorista dava instruções para o autor não deixar marcas no corpo da menina.

O motorista do veículo prestou depoimento na Deam após ser localizado na madrugada do domingo (25). Ele disse que estava sozinho o carro e que a corrida não era compartilhada, como a garota havia relatado. Por não se tratar mais de flagrante, ele foi liberado, mas ainda era tido como suspeito até então.

Iria buscar uma pizza

A mãe da menina procurou a delegacia depois de a filha contar o que havia acontecido. O carro e o celular do motorista foram apreendidos pela polícia. O veículo era alugado.

A adolescente disse que o crime aconteceu por volta das 22 horas de sexta-feira (23), quando ela chamou um carro de aplicativo para buscar uma pizza. O aplicativo teria avisado a passageira que a corrida seria compartilhada, a adolescente aceitou, mas durante o trajeto o motorista teria mudado o itinerário. 

O motorista, segundo os relatos da mãe da adolescente, parou em uma rua escura e deserta, sendo neste momento que o passageiro teria dado tapas no rosto da garota e a estuprado por cerca de 50 minutos. A adolescente ainda falou que, durante o suposto estupro, o motorista do carro “dava instruções para o autor não deixar marcas no corpo dela”.

A jovem ainda afirmou que ele “chegou a fazer ameaças dizendo que sabia onde ela morava”. Em seguida ao crime, a garota alegou ter sido deixada em uma rua pela dupla. Ela pediu por outro motorista de aplicativo para voltar para casa, quando contou à mãe o que havia acontecido. Com a placa do carro, foi descoberto que o veículo, um Argo de cor preta, era alugado e que recentemente havia se envolvido em um acidente.