No dia 22 de janeiro, foi publicada a condenação de 21 membros da máfia dos cigarreiros, alvos da Operação Nepsis, que em 2018 prendeu noivo e convidados durante cerimônia de casamento em um resort de Maceió (AL). Ao todo, as condenações somam 547 anos de prisão ao grupo considerado responsável por prejuízo de mais de R$ 1,5 bilhão aos cofres públicos.

A sentença é do juiz federal Ney Gustavo Paes de Andrade, de Ponta Porã. Considerado uma das lideranças da organização criminosa, Ângelo Guimarães Ballerini, que recentemente teve habeas corpus negado por condenação da Operação Teçá, foi condenado a 64 anos, 10 meses e 12 dias de prisão. Valdenir Pereira dos Santos foi condenado a 66 anos, 8 meses e 19 dias.

Já Oziel Vieira de Souza deve cumprir 26 anos e 4 meses de reclusão. Cleberson José Dias foi condenado a 26 anos, 7 meses e 6 dias. André Luiz Casalli a 25 anos, 9 meses e 6 dias. José Marcos Antônio cumprirá pena de 31 anos, 7 meses e 6 dias. Diogo Machado dos Santos Leite foi condenado a 34 anos, 7 meses e 6 dias.

Valdecil da Costa Loyo foi condenado a 13 anos, 3 meses e 6 dias, assim como Josemar dos Santos Almeida, Erico Pereira dos Santos, Adel Pereira Costa, Sidnei Lobo de Souza, Jean Felix de Almeida e Altair Gomes de Andrade. Rogério Rodrigues de Lima foi condenado a 14 anos, 8 meses e 12 dias. Fábio Garcete a 28 anos, 9 meses e 6 dias.

A José Carlos Guimarães Ballerini foi imputada pena de 37 anos, 7 meses e 6 dias, já a Gilvani da Silva Pereira, 23 anos, 8 meses e 12 dias. Elcio Alves Costa foi condenado a 27 anos, 8 meses e 12 dias. Cleverton da Cunha Pestana a 24 anos, 1 mês e 6 dias, bem como Aparecido Mendes da Luz Junior.

As imputações atribuídas a Aparecido Cristiano Fialho, Joacir Ratier de Souza, Alisson José Carvalho de Almeida e José Roberto de Santos foram declinadas para competência da Militar de , que deve julgar.

Operação Nepsis

A investigação teve início quando a corregedoria da PRF constatou que alguns dos seus policiais estavam envolvidos com o contrabando de cigarros. Foi solicitado apoio e a investigação da Polícia Federal para que fossem atingidos na ação também os demais integrantes da organização criminosa que não fazem parte da instituição.

Com o objetivo de desarticular organização criminosa de grande porte especializada no contrabando de cigarros e combater a corrupção policial que facilita o contrabando, a Polícia Federal deflagrou em 22 de setembro de 2018 a operação em cinco Estados, sendo eles: , São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Alagoas. Entre os presos, além dos líderes e dos “gerentes” da Organização Criminosa, encontram-se policiais da PRF, da e da Polícia Civil do Estado do Mato Grosso do Sul.

Só em 2017, acredita-se que os envolvidos tenham sido responsáveis pelo encaminhamento de ao menos 1.200 (mil e duzentas) carretas carregadas com cigarros contrabandeados às regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. Os valores em mercadorias contrabandeadas atingem cifras superiores a R$ 1,5 bilhão (um bilhão e meio de reais).

Foram apreendidas grande quantidade em dinheiro em resort, casas, e apreendidos carros e embarcações de luxo, além de armamento pesado e cargas de cigarros contrabandeados. A quantidade de dinheiro apreendido ainda não foi divulgada.