Professora morta por guarda municipal tinha medo de denunciar o ex porque ele andava armado

A professora Maxelline Santos, assassinada na madrugada deste domingo (1°), em Campo Grande, tinha medo de denunciar o ex-namorado Valtenir Pereira da Silva, guarda municipal suspeito de cometer o crime, justamente por ele ter posse de arma e sofrer processos administrativos na corporação. Familiares da profissional de 28 anos desabafaram um pouco do que sabiam […]

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A professora Maxelline Santos, assassinada na madrugada deste domingo (1°), em Campo Grande, tinha medo de denunciar o ex-namorado Valtenir Pereira da Silva, guarda municipal suspeito de cometer o crime, justamente por ele ter posse de arma e sofrer processos administrativos na corporação.

Familiares da profissional de 28 anos desabafaram um pouco do que sabiam a respeito do relacionamento dos dois durante o velório, que ocorre neste domingo. Eles temiam pela vida da jovem diante do comportamento do ex-namorado que já teria agredido Maxelline no início do namoro. Valtemir não ‘aceitou’ o fim da relação e já tinha contra si uma ordem que o proibia de chegar perto da professora.

Segundo apurou a reportagem do Jornal Midiamax, a família conversava com ela por mensagens alertando o perigo que a jovem corria. No enterro da professora, o clima era de comoção pela perda da jovem que era considerada uma mulher maravilhosa.

Ela tinha como grande sonho conquistar o direito de morar na casa própria e sair do aluguel, confidenciou a tia da menina que preferiu não se identificar. A mãe de Maxelline estava muito abalada e em estado de choque e preferiu não falar com a reportagem.

“Eu não tenho nem o que falar dela, de algo errado nela, era correta com as coisas. Ela queria casar, ter filhos e depois do que aconteceu com ele e viu que ele tinha esse comportamento agressivo, ela não queria mais e quis colocar um basta”, disse a tia.

Segundo testemunhou a tia de Maxelline, a sobrinha conheceu o Guarda Municipal no próprio local de trabalho e eles teriam se envolvido por um tempo até o início do namoro. Algumas divergências entre eles teriam começando, quando a professora descobriu fatos sobre a vida pessoal dele.

Depois do término do relacionamento, Maxelline decidiu denunciar o ex-namorado e havia conseguido na Justiça uma medida protetiva de urgência, em 24 de fevereiro, por violação de domicílio e ameaça. O crime aconteceu cinco dias depois desta medida.

Caso

O guarda municipal Valtenir Pereira da Silva, de 35 anos, é suspeito de matar a tiros a ex-namorada e o amigo dela, durante um churrasco na Rua Aruajá, no Jardim Noroeste, em Campo Grande.

A delegada da Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher), Elaine Cristina Ishiki Benicasa, explicou que a ex-namorada do guarda estava em um churrasco na casa de uns amigos quando ele chegou no local. Os dois teriam tido uma discussão e o guarda deu um tiro na cabeça da vítima.

A esposa do dono da residência tentou intervir na briga e acabou atingida por um disparo, mas foi socorrida com vida e levada para a Santa Casa – a informação mais recente é de que ela seria transferida para o Hospital da Unimed. Quando o proprietário da casa saiu para ver o que tinha acontecido também foi atingido e morto com um tiro. Após o crime, o agente fugiu. A autoridade policial não soube informar se a arma usada nos assassinatos era do suspeito.

Prisão preventiva

A juíza titular da 1ª Vara da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher da Capital, Helena Alice Machado Coelho, decretou, durante o plantão deste domingo (1º), a prisão preventiva do guarda municipal suspeito de matar na noite de sábado (29) a ex-namorada, Maxelline Santos, de 28 anos.

A delegada plantonista da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), Elaine Cristina Ishiki Benicasa fez o pedido de prisão preventiva pelos crimes dolosos cometidos pelo guarda. O mandado foi concedido pela juíza Helena Alice, portanto o ex-namorado de Maxelline deve permanecer preso, mesmo caso se apresente na delegacia passadas as 24 horas que configuram o flagrante.

A assessoria do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) divulgou um documento no qual aponta que Valtenir Pereira da Silva ficou ciente da medida protetiva contra ele, no dia 24 de fevereiro. Na manhã deste domingo (1º), foi noticiado, com base em informação repassada na Deam, que havia um pedido de medida protetiva em aberto, faltando apenas a intimação do suspeito. Contudo, o TJ afirma que ele foi sim notificado e, por ter descumprido, teve a prisão decretada nesta tarde.

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