Operação cumpriu um mandado de prisão na Máxima após ameaça de morte a juiz
A Polícia Civil cumpriu, no início da manhã desta segunda-feira (3), um mandado de prisão contra interno do Presídio Jair Ferreira de Carvalho, de Segurança Máxima, em Campo Grande. O mandado foi cumprido no âmbito da Operação Praetorium Minati, deflagrada pela polícia de Tocantins após descoberta de ameaças de morte a um juiz de Palmas […]
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A Polícia Civil cumpriu, no início da manhã desta segunda-feira (3), um mandado de prisão contra interno do Presídio Jair Ferreira de Carvalho, de Segurança Máxima, em Campo Grande. O mandado foi cumprido no âmbito da Operação Praetorium Minati, deflagrada pela polícia de Tocantins após descoberta de ameaças de morte a um juiz de Palmas (TO).
Segundo as informações da polícia, ao todo foram expedidos 29 mandados, sendo que um foi cumprido em Campo Grande. Até o fim da manhã, 27 mandados tinham sido cumpridos no total. Também são alvos da ação Palmas e outras 7 cidades do interior de Tocantins, Paraíso, Guaraí, Tocantinópolis, Colinas, Oliveira de Fátima, Arraias e Nova Rosalândia.
A princípio, a facção criminosa alvo da operação seria o PCC (Primeiro Comando da Capital), que atua em todo país e tem lideranças e representantes fortes na Máxima, em Campo Grande. No mesmo dia, uma megaoperação da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) transferiu aproximadamente 50 presos ameaçados pela facção para o novo Presídio de Segurança Máxima, na Gameleira.
Cartas e ameaça
Conforme o delegado Eduardo de Menezes, responsável pela operação, no dia 16 de janeiro de 2018 foi redigida uma carta, que teria sido transcrita (passada a limpo) dois dias depois conforme o autor. O documento foi encontrado no Pavilhão B da Casa de Prisão Provisória de Palmas em 18 de janeiro daquele ano. “O conteúdo do texto ora profere citações bíblicas com teor distorcido, ora ressalta que o autor precisa sair da unidade prisional a fim de que faça, segundo suas palavras, uma ‘união’ entre as facções”, explica o delegado.
O delegado relata que no texto manuscrito há uma ameaça a um juiz da Capital. “Chamou a atenção uma ameaça clara a um dos magistrados. Isso está visível no texto, como também em alguns diálogos decorrentes de gravações autorizadas pela Justiça. Em um dos trechos do bilhete, o autor escreve que, caso seja mantido enclausurado, o magistrado ‘queimaria no fogo do inferno’”, afirmou o delegado.
Ainda segundo o delegado, em outra carta apreendida a morte de um Juiz de Direito também surge como um objetivo da facção. “No ponto, destaco que o criminoso responsável pela confecção do bilhete deixa claro aos seus destinatários que um adolescente de outro estado da Federação seria recrutado para execução do ‘serviço’”, explica o delegado. Conforme a autoridade, a intenção da facção seria impor respeito com a morte do juiz.
Ainda segundo o delegado, conforme áudios autorizados pela Justiça, membros da facção apontam cerca de 500 pessoas no Estado em atuação na organização criminosa. “O grupo é tão organizado que chega a fazer teleconferências entre os integrantes. Em um dos diálogos identificados, os suspeitos falam em comercialização de drogas. E em outro, falam da comercialização de cocaína pura, com maior valor aquisitivo na comercialização”, afirmou.
Derivada do Latim, Praetorium Minati faz alusão à ameaça ao Judiciário. Participam da operação cerca de 150 policiais civis, contando com o apoio da Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), Divisões Especializadas de Repressão a Narcóticos (Denarc), Divisões de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) , Delegacias Circunscricionais, do Grupo de Operações Táticas Especiais (Gote) e do Centro Integrado de Operações Especiais (Ciopaer).
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