O MPE-MS (Ministério Público Estadual) ofereceu denúncia contra o assassino do ex-secretário municipal interino de Agricultura Familiar, Alceu Junior Silva Bittencourt. O crime ocorreu em uma barbearia na rua Mozart Calheiros, bairro Izidro Pedroso, em , a 225 quilômetros de Campo Grande. O secretário foi morto com golpes de faca.

No despacho, assinado na terça-feira (21), o promotor de Justiça Luiz Eduardo Sant'Anna Pinheiro, afirma que o autor cumprimentou a vítima e dissimilou a intenção do ataque. A denúncia foi recebida na quarta-feira (22) pelo juiz Eguiliell Ricardo da Silva, titular da 3ª Vara Criminal da comarca de Dourados, e pode levar o réu, Fernando Souza Gonçalves, 31 anos, a julgamento perante o Tribunal do .

Em sua denúncia, o MPE pede a condenação por homicídio qualificado pelo motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima, além de ameaça contra o cliente que era atendido no momento do ataque. Pede ainda fixação de valor mínimo para reparação aos familiares de Junior Bittencourt.

Segundo a denúncia, Fernando exerce a profissão de cabeleireiro e há quatro anos passou a trabalhar para a vítima. No final de 2019, porém, decidiu abrir o próprio estabelecimento, mas foi convencido a seguir trabalhando no mesmo local.

“Contudo, o denunciado teve a expectativa de que a vítima fosse lhe ressarcir os investimentos que realizou na empreitada que havia iniciado, fato que não aconteceu, o que incutiu sentimento de repulsa e ódio. Por essas razões, Fernando decidiu ceifar a vida de Junior Bittencourt”, pontua o promotor.

Dia do crime

No dia do crime, último 4 de julho, um sábado, Junior Bittencourt foi até a barbearia de sua propriedade para atender um cliente que estava agendado. Instantes depois, aproximadamente às 14h, enquanto cortava o cabelo do cliente, Fernando entrou. Ele usava e portava uma faca na cintura.

Conforme a denúncia, ao chegar, o assassino cumprimentou os dois acenando com a cabeça e dentro do estabelecimento “simulou estar procurando suas ferramentas particulares de trabalho, quando se posicionou atrás da vítima, apoderou-se da faca que levava e desferiu pelo menos dois golpes contra a vítima, atingindo-o no lado esquerdo de eu pescoço e na região das costas, abaixo da nuca, o que o levou a dar um grito e cair ao solo, gravemente ferido e perdendo muito sangue”.

A narrativa da acusação indica ainda que o cliente tentou repelir a agressão e lançou uma cadeira contra Fernando, que saiu do local. Outra cadeira foi jogada e o assassino se protegeu atrás de uma bicicleta, até ir para o carro, de onde jogou a faca na direção da testemunha e atingiu uma placa que a mesma usava para se proteger.

Para o MPE, logo após o homicídio, Fernando “ameaçou causar mal injusto e grave por meio de gestos e ações a testemunha presencial, na medida que apontou-lhe o dedo indicador em tom intimidador e, na sequência, atirou-lhe o instrumento do crime em sua direção”.

O réu foi preso no dia seguinte ao crime por guardas municipais em uma na avenida Presidente Vargas, na saída para Itaporã. (Com informações do Dourados News)