Moradores consideram a morte de Higor dos Santos da Silva Victor, de 20 anos, no último dia 6, no Parque do Sol, seria indício da volta de uma guerra entre ‘gangues' dos bairros Dom Antônio e Los Angeles, na região sul de Campo Grande. A disputa teria voltado após a execução Ian Guilherme Ribeiro Bronzoni, conhecido como ‘Metralha' ou ‘Puro Ódio' do PCC.
Um morador, que não quis se identificar, contou que estava a poucos metros de onde Higor foi assassinado, quando viu um Chevrolet Corsa, de cor preta, passando e fazendo vários disparos na direção da vítima. Ele ainda contou ao Jornal Midiamax, que foram mais de 10 tiros, e que os atiradores não tinham um alvo específico atirando a esmo acertando a vítima, que morreu no local. O assassinato seria prova da volta da rixa antiga entres bandidos dos bairros Dom Antônio e Los Angeles.
Tudo estaria tranquilo até a execução de Ian Guilherme, no dia 24 de fevereiro. Um comerciante da região contou que foi tudo muito rápido no dia do crime, sendo que, ouviu barulhos e quando saiu para ver o que estava acontecendo, já não havia mais ninguém no local. “Sempre teve essa guerra entre os bairros, e agora voltou com tudo de novo”, explicou.
Higor foi atingido no tórax, e morreu antes da chegada do socorro. Os assassinos ainda não foram encontrados e a polícia investiga o caso.
A guerra entre os bairros vem desde 2014 e várias pessoas já foram feridas e outras assassinadas. Na região, os moradores contam que existem muitas bocas de fumo, o que poderia indicar uma guerra para o controle da região.
Os familiares de Higor acreditam que ele tenha sido atingido por engano. “Ele foi atingido sem querer, não foi um tiro, foram vários. Todo mundo ouviu uma sequência de tiros”. O rapaz estava em uma esquina próximo a um bar. Moradores relataram que na região é comum os crimes, “É normal a gente ouvir tiros por aqui, ouvi na madrugada e logo em seguida ouvi pessoas gritando e vi gente correndo”.
Execução do ‘Metralha'
Ian Guilherme Ribeiro Bronzoni conhecido como ‘Metralha' ou ‘Puro Ódio' foi morto a tiros, na noite do dia 24 de fevereiro, em frente a uma igreja. Ele foi surpreendido por dois homens que estavam em uma motocicleta, sendo que o garupa desceu armado e fez os disparos contra Ian. Em seguida fugiram em direção ao bairro Dom Antônio Barbosa. Um dos tiros atingiu a cabeça de ‘Puro Ódio', que foi socorrido para uma unidade de saúde do Coophavila. Ian acabou morrendo logo após dar entrada na unidade de saúde. Testemunhas contaram à polícia que um dos autores do crime seria Breno conhecido como ‘Zoio'.
Ian Guilherme tinha dois processos por tráfico de drogas, sendo que em janeiro de 2019 cumpria pena na Máxima pelo crime e de dentro do estabelecimento penal continuava a comandar o tráfico utilizando o WhatsApp para manter o comércio de drogas.
Em outro processo, Ian é citado em depoimento por ter participado do tribunal do crime de Joice Viana de Amorim, em maio de 2018. Ela foi encontrada morta decapitada, e com as mãos amarradas para trás, em uma estrada vicinal na região do bairro Santa Emília, em Campo Grande.
