Lacrada, Pantanal Cap fala em suspensão de vendas e cogita devolução de dinheiro
Ordem judicial que determinou a lacração da empresa. Foto: Leonardo de França

A sede da Cap, empresa de títulos de capitalização que atua em , foi lacrada por ordem judicial nesta quarta-feira (02), no Itanhangá Park, durante desdobramentos da Operação Omertà, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público Estadual, e pelo Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros). 13 pessoas foram presas.

Guto Dobes, apresentador dos sorteios disse que vai aguardar recurso da defesa, mas que a empresa não descarta devolução do dinheiro caso o cenário não seja revertido até o domingo, data programada para o próximo sorteio, que já foi suspenso. Neste sentido, ele disse que por precaução as equipes com 3.500 vendedores serão tiradas das ruas e as vendas, obviamente, serão suspensas . 

Lacrada, Pantanal Cap fala em suspensão de vendas e cogita devolução de dinheiro
Apresentador Guto Dobes e o advogado Rafael em entrevista à imprensa. Foto: Leonardo de França

“Pedimos que nossa equipe saia das ruas agora por pura precaução. Não sabemos o que vamos conseguir entre hoje e sábado. Acreditamos na Justiça e no restabelecimento da verdade. Caso não seja possível [uma mudança de panorama] até domingo, vamos tomar atitudes para que o consumidor não seja lesado”, disse.

Ainda segundo ele, a empresa atua de forma legal e é responsável pela distribuição dos títulos, no entanto, a operação é feita Aplub Capitalização, que tem sede no Rio Grande do Sul. “É um produto regulamentado pela Susep [Superintendência de Seguros Privados] e pelo Ministério da Fazenda. Estamos confiantes de que vamos retornar o mais rápido possível. Há alegação no documento [ordem judicial] de que somos envolvidos com coisa ilícita. A empresa está na rua porque tem contrato com a Aplub, regida pela Susep, e com a Federação das Apaes, que recebe o título de capitalização, que é a parte resgatável”.

Por sua vez, Rafael Silva de Almeida, advogado da Pantanal Cap, disse que teve acesso ao mandado, que versava apenas sobre a ordem de lacração. Ele afirmou que o documento era ‘genérico' e não continha as justificativas da decisão, motivo pelo qual não era possível nem confirmar e nem contestar a fundamentação. “É estranho que na quarta fase da operação, quase 200 títulos foram apreendidos. O jurídico da empresa recorreu e teve o deferimento do pedido, pois não se trata da empresa ilegal”, pontuou o advogado.

Omertà e Pantanal Cap

A Operação Omertà foi deflagrada em setembro do ano passado, pelo Garras e Gaeco, para desarticular Organização Criminosa ligada a execuções de rivais. Na ocasião, foi constatado envolvimento de Jamil Name e Jamil Name filho com um apreendido em residência no Jardim Monte Líbano, e que teria sido usado nos homicídios. A partir da prisão de deles, as investigações levaram a outros envolvidos, bem como fez conexões com o jogo do bicho, esquemas de agiotagem e chegou, de fato, à Pantanal Cap, empresa pertencente à família Name.

O deputado Jamilson Name, filho de Jamil Name, também foi alvo de mandado de busca e apreensão hoje. Na quarta fase da Omertà, denominada Black Cat, foram lacradas várias barracas, pontos de venda da Pantanal Cap e também de jogo do bicho. A partir da apreensão de documentos para constituição de provas, teria sido desenvolvida esta nova fase da operação, que teve como alvo a empresa de venda de título de capitalização.

Presos

Ao todo, na operação desta quarta-feira foram cumpridos mandados de busca e apreensão e 13 pessoas foram presas. Conforme apurado, os homens serão encaminhados para a Penitenciária de Regime Fechado da Gameleira, para triagem do (Covid-19), que deve durar dez dias. Já as mulheres serão encaminhadas para o Estabelecimento Penal Feminino Irmã Irma Zorzi.

Lacrada, Pantanal Cap fala em suspensão de vendas e cogita devolução de dinheiro
Foto: Leonardo de França