Intimidação e fofoca: enfermeira vira alvo de políticos após operação em Bandeirantes
Enfermeira contratada em janeiro pela Prefeitura de Bandeirantes, cidade a 68 quilômetros de Campo Grande, procurou a polícia após ser alvo de perseguição política. Isso teria ocorrido após a Operação Sucata Preciosa, realizada no dia 2 de junho com a atual administração municipal como alvo. Assim, conforme declaração da vítima, ela estaria sofrendo pressão e […]
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Enfermeira contratada em janeiro pela Prefeitura de Bandeirantes, cidade a 68 quilômetros de Campo Grande, procurou a polícia após ser alvo de perseguição política. Isso teria ocorrido após a Operação Sucata Preciosa, realizada no dia 2 de junho com a atual administração municipal como alvo.
Assim, conforme declaração da vítima, ela estaria sofrendo pressão e perseguição por parte de membros da atual gestão de Bandeirantes. Isso porque ela teria participado de uma confraternização na Delegacia de Polícia Civil um dia antes da operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
Também segundo a enfermeira, a confraternização foi uma despedida ao antigo delegado. No entanto, membros da prefeitura passaram a achar que ela estaria envolvida com a operação, tendo comemorado um dia antes naquela unidade policial a realização da Operação Sucata Premiada.
A partir disso ela passou a ser chamada constantemente no gabinete e na casa da atual secretária de Saúde, segundo ela. Apesar da intimidação, a vítima seguiu afirmando que tudo não passava de uma coincidência. Mesmo assim, também foi alvo de fofocas na cidade, de pessoas espalhando comentários maldosos sobre um suposto relacionamento amoroso.
Além de tudo isso, a enfermeira passou a ser ameaçada de perder o emprego, cujo contrato foi firmado até 31 de dezembro de 2020. Apesar de tentar esclarecer os fatos, ela acabou demitida, sendo a exoneração assinada pelo prefeito Álvaro Nackle Urt (DEM) em 31 de julho.
Operação Sucata Preciosa
A investigação apontava celebração de contratos com empresas privadas que emitiriam notas de conserto de veículos da frota municipal sem nunca prestar os serviços. Conforme o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), parte da frota municipal está sucateada ou abandonada em pátios das secretarias de Obras e de Saúde.
Assim, foram cumpridos mandados na sede da prefeitura de Bandeirantes e nos prédios das secretarias de Obras, Saúde e Educação. Além disso, houveram mandados cumpridos nas residências do prefeito Álvaro Urt, de servidores e ex-servidores do município de Bandeirantes e de representantes das empresas envolvidas.
Ainda uma viatura do Gaeco parou na frente da casa da secretária de Saúde, Rosa Bortoline Rodrigues e do secretário de Obras, Marcos Antônio, que são casados. Marcos acabou preso em flagrante por posse irregular de arma de fogo, mas foi solto e teve o inquérito policial suspenso por decisão judicial.
As investigações tinham como foco os crimes de peculato, fraude em licitação, falsidade e corrupção. A operação foi deflagrada pelo Gaeco, com o apoio do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros), Batalhão de Choque e Bope (Batalhão de Batalhão de Operações Policiais Especiais).
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