O guarda-municipal Valtenir Pereira da Silva, acusado de matar a tiros a ex-namorada Maxelline Santos, de 28 anos, na noite de sábado (29), em um churrasco na casa de amigos, no bairro Jardim Noroeste, já tinha agredido uma outra namorada, em 2014.

Informações passadas pela delegada Fernanda Félix da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) são de que em 2014, o agente já havia agredido e entrado em vias de fato com uma namorada, a quem ameaçou com uma faca. Nessa época ele já fazia parte da guarda-municipal de Campo Grande. Em janeiro deste ano, Valtenir foi convocado através de edital para fazer um curso de requalificação para seu porte de arma.

No dia 24 de fevereiro, ele recebeu a intimação sobre as medidas protetivas que Maxelline havia pedido contra ele, depois de ter a sua casa invadida e ser ameaçada pelo agente, que teria passado por um curso em novembro do ano passado de capacitação de atendimento as situações de violência contra à mulher.

Em nota da SEDES (Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social) foi dito que não havia chegado ao conhecimento da secretaria sobre as ameaças e violação de domicilio, no dia 17 de fevereiro. Ainda de acordo com a nota está sendo apurada se a arma usada para cometer o crime era de porte funcional do agente, que foi afastado.

Seu afastamento foi publicado no Diário Oficial desta terça-feira (3), como também da abertura de procedimento administrativo para apurar a conduta do agente. O afastamento tem prazo de 60 dias, mas pode ser prorrogado por igual período.

A Polícia Civil continua as buscas pelo guarda-municipal Valtenir Pereira da Silva. Ele também é acusado de matar o dono da residência e ferir a esposa dele, além de matar a ex-namorada Maxelline. Sua prisão preventiva já foi decretada, durante o plantão judiciário de domingo (1º). A juíza titular da 1ª Vara da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher da Capital, Helena Alice Machado Coelho, decretou a prisão do guarda.

Maxeline estava em um churrasco na casa de amigos quando Valtenir chegou no local. Os dois teriam tido uma discussão e o guarda deu um tiro na cabeça da vítima. A esposa do dono da residência tentou intervir na briga e acabou atingida por um disparo, mas foi socorrida com vida e levada para a Santa Casa. Quando o proprietário da casa saiu para ver o que tinha acontecido também foi morto com um tiro.

Ela havia registrado um boletim de ocorrência por violação de domicílio e ameaça, no fim do mês passado, contra o agente. Na delegacia, na ocasião, a professora contou que manteve relação com o guarda municipal, mas ele não aceitava o fim do relacionamento. A vítima pediu uma medida protetiva de urgência, que foi autorizada pela juíza Jacqueline Machado. Cinco dias após ser intimado e ficar ciente da medida protetiva, Valtenir Pereira da Silva matou a ex-namorada.