“[…] fez uma rápida passagem e voltou pra casa”. Foi isso o que o advogado João Matheus Giacomini alegou sobre o passeio do youtuber de 26 anos que desafiou autoridades ao sair de carro pelas ruas da cidade, durante toque de recolher. O influenciador digital foi preso nesta sexta-feira (17) e levado à 3ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande por suspeita ligação com desmanche de carro. Após pagar fiança de R$ 20 mil, foi liberado.

O rapaz passou a ser alvo de investigações depois que fez um vídeo e postou emseu  canal, com mais de meio milhão de inscritos, trafegando pela , e outras importantes vias da cidade, quando deveria estar em casa conforme decreto municipal de prevenção ao (Covid-19). O fato ocorreu no último dia 21 e ganhou repercussão pelo tom de deboche do youtuber.

“Se por um acaso a polícia seguir nós, temos 400 cavalos de roda para poder fugir da polícia”, disse ele na publicação, enquanto dirigia um Volkswagen Jetta GLI. “Diz que vai ter 600 polícias na rua, 100 viaturas”, ironizou. Ele destacou, durante o trajeto, que estava tentando encontrar policiais na rua, mas não conseguiu. “To vendo uns gato pingado na rua, mas não to vendo polícia não (sic)”, complementou na filmagem.

No entanto, na 3ª Delegacia, o advogado Giacomini disse que a atitude do rapaz não foi tão grave como mencionado. “[..] ele fez uma rápida passagem e voltou pra casa. Não desceu do carro, não abriu as janelas e cumpriu todas as regras de trânsito. Foi isso o que aconteceu”, afirmou. O detalhe é que youtuber tem várias infrações de trânsito que somam mais de 40 pontos na carteira.

O jovem foi preso nesta sexta-feira com veículo Toyota Corolla estrangeiro em situação irregular e que, conforme apurado, seria levado supostamente para desmanche. Ele já havia sido indiciado pelos crimes de incitação ao crime, direção perigosa e descumprimento de medida preventiva sanitária, e já vem sendo investigado por sonegação fiscal, jogos de azar e rifas realizadas pela internet. 

Veículos localizados na garagem de  residência somam mais R$ 1,3 milhão. A polícia apurou que tais veículos estão em situação regular. Cada inscrito do canal dele dava contribuições, em torno de R$ 50, para incentivá-lo a produzir. “Mas ele tem muita responsabilidade, porque tinha grande influência social”, explicou o delegado Ricardo Meireles, responsável pelo inquérito, se referindo aos comportamentos dele, que eram vistos como exemplo por seus seguidores.