Nesta quarta-feira (22) a 3º Vara da acatou o pedido feito pelo genro de José Carlos Lopes, conhecido como Zeca Lopes, dono do Frigolop, em Terenos, para a liberação de um relógio Rolex, além de carros de luxo. Zeca acabou virando réu por sonegação fiscal e previdenciária de R$ 113,2 milhões.

Na decisão, o juiz Bruno Cezar Teixeira determina que os bens, incluindo o relógio e carros de luxo, sejam desbloqueados e devolvidos ao genro de Zeca. Até então, os bens estavam com o dono do frigorífico na condição de fiel depositário.

O empresário também foi indiciado por ocultar o dinheiro em propriedades e veículos. No dia 19 de março deste ano, Zeca Lopes foi denunciado e segundo o despacho feito pelo juiz, o dono do Frigolop comandaria as empresas em nome de familiares com o objetivo de burlar pagamentos das dívidas trabalhistas, fiscais e civis.

Ainda de acordo com a denúncia a sonegação fiscal feita por Zeca Lopes resultou na aquisição de bens que foram ocultados sendo registrados em nomes de terceiros, sendo estes familiares ou ‘laranjas'. Por isso, configurou na prática de lavagem de ativos.

Em 2017, Zeca Lopes virou réu por sonegar R$ 24,9 milhões, e em 2013 e mais R$ 39,9 milhões em 2017 por meio do frigorífico Peri. Sendo que por este frigorífico deixou de pagar R$ 24,4 milhões em 2016 e mais R$ 23,8 milhões.

A ocultação do dinheiro e sonegação feita por Zeca Lopes se deu na aquisição de imóveis de 10 a 28 de julho de 2017 em Terenos, onde fica o frigorífico Frigolop, e .

O empresário já teria sido condenado a 19 anos de prisão por de vulnerável em outubro de 2017 pelo juiz Marcelo Ivo de Oliveira, da 7ª Vara Criminal de Campo Grande.

Operação Labirinto de Creta

Em julho de 2017, foi deflagrada a 2º fase da Operação Labirinto de Creta, que visava combater organizações criminosas que utilizam essas empresas para a sonegação de altos valores, para não efetuarem o pagamento de obrigações previdenciárias e que ainda burlar direitos trabalhistas dos empregados. Zeca Lopes era um dos alvos.

Foram investigadas empresas do setor frigorífico, “mais especificamente um grupo econômico que apresenta faturamentos elevados, porém com ausência ou inexatidões nas escriturações contábeis”. Segundo a PF, os bens adquiridos, frutos da sonegação fiscal, restavam “blindados” pelos reais proprietários, que utilizavam ‘laranjas' ou de empresas criadas para este fim.

O esquema teria, segundo a PF, sido responsável por uma fraude ao Fisco Federal que pode chegar a R$ 350 milhões. (Matéria atualizada as 14h para correção de informação)