Defesa alega que líder do PCC ‘abrasileirou’ o nome em documentos falsos

Uma semana após a prisão em flagrante, Edson Barbosa Salinas, ou melhor, Ederson Salinas Benítez, de 29 anos, continua detido. Ele chegou a ter liberdade provisória concedida, mas a Justiça voltou atrás após descobrir que ‘Salinas Riguaçu’ usava documentos falsos, que o advogado alega que foram feitos apenas para poder usufruir de benefícios. Após reviravolta […]

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Uma semana após a prisão em flagrante, Edson Barbosa Salinas, ou melhor, Ederson Salinas Benítez, de 29 anos, continua detido. Ele chegou a ter liberdade provisória concedida, mas a Justiça voltou atrás após descobrir que ‘Salinas Riguaçu’ usava documentos falsos, que o advogado alega que foram feitos apenas para poder usufruir de benefícios.

Após reviravolta na prisão e concessão de liberdade a Ederson, o advogado de defesa se pronunciou alegando que o cliente apenas fez um procedimento comum naquela linha de fronteira entre Brasil e Paraguai. Segundo a defesa, o documento foi feito para que Ederson fosse reconhecido como brasileiro e, com isso, usufruísse dos “benefícios de um cidadão brasileiro nato quando não se é”.

O advogado chega a ressaltar ainda na peça que Ederson não tem antecedentes criminais nem com o nome brasileiro, nem com o nome verdadeiro, paraguaio. No entanto, as autoridades brasileiras, polícia paraguaia e Polícia Federal destacaram no processo que Salinas é investigado por ser sucessor de Minotauro, liderança do PCC (Primeiro Comando da Capital) que atualmente está detido em Presídio Federal.

Os serviços de inteligência teriam identificado Salinas como o atual líder da facção na região de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, o que deixaria claro o grau de periculosidade do preso, apontado pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) após descobrir que foi ‘enganado’ por Salinas. Por fim o advogado afirma que o registro falso não foi feito para fugir de responsabilidades criminais pede instauração de procedimento para anulação da certidão falsa. O advogado afirma que a mudança no nome aconteceu porque Salinas acreditava estar ‘abrasileirando’ o nome.

Manifestação do MPMS

Na primeira peça dos autos feita pelo MPMS sobre a prisão de Salinas, a promotora afirma que ele poderia ter a liberdade provisória concedida, já que o crime pelo qual havia sido preso era apenas de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. Com isso o juiz arbitrou fiança de R$ 80 mil, devidamente paga horas depois em 10 cheques. Não demorou para a Polícia Federal de manifestar e todos entenderem que haviam sido enganados pelo uso de documento falso do réu, que na hora da prisão apresentou o nome de Edson Barbosa.

Defesa alega que líder do PCC 'abrasileirou' o nome em documentos falsos
Certidão que teria sido falsificada por Ederson (Foto: Reprodução)

Em segunda manifestação, a promotora se diz enganada, bem como o juiz e a polícia também teriam sido e pede a prisão preventiva do réu. Ela expõe a certidão de nascimento falsa feita por Ederson, com a qual ele fez um RG também falso. Em última resposta à defesa, ela mantém o pedido de prisão e afirma que as alterações do documento de Salinas vão além do “simples abrasileiramento”.

“Qualquer um que tenha o mínimo de vivência criminal no Brasil já sabe que com essas alterações, expedindo-se mandado de prisão em nome de Edson, Ederson jamais seria capturado”, pontuou a promotora. Ela ressaltou que o nome dele e da mãe estão diferentes na certidão de nascimento e RG brasileiros. O MPMS reafirma que houve sim intenção de Salinas de não prestar contas à Justiça brasileira.

A promotora ainda questiona as intenções da documentação falsa. “Não era para usar o SUS; nem tampouco para estudar ou trabalhar, na medida em que ele próprio declarou exercer suas atividades no exterior”, afirmou. Foi pedido cancelamento do RG falso e solicitada oitiva da tabeliã responsável pelo cartório que emitiu a certidão.