Após solicitar a provisória de Edson Barbosa Salinas, que na verdade é Ederson Salinas Benítez, paraguaio de 29 anos, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) voltou atrás. Após o pagamento da fiança de R$ 80 mil, foi descoberto que ele usava documentos falsos e a liberdade foi revogada.

Salinas é apontado tanto pela polícia brasileira quanto pela paraguaia como sucessor de Minotauro, narcotraficante que seria líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) na região de com o Paraguai. Atualmente preso, Sérgio de Arruda Quintiliano Neto teria deixado Salinas como seu sucessor.

Após acreditar que o atual líder da facção poderia ser posto em liberdade, a promotora que atua no caso chegou a citar na manifestação do MPMS que “fomos enganados”, citando que Salinas enganou ela, a Polícia Civil e até ao juiz. Foi apurado que Edson, a princípio brasileiro de 32 anos, na verdade é Ederson, paraguaio de 29 anos.

O réu, segundo o MPMS, teria feito o registro de nascimento em 2014, por tabeliã de Aral Moreira já investigada em vários inquéritos da Polícia Civil e até Polícia Federal. A promotora destaca que, diante desses novos fatos, faz-se crer que Ederson é pessoa de alta periculosidade e reitera pedido de decretação da prisão preventiva.

Liberdade provisória

MPMS volta atrás e pede prisão de sucessor de Minotauro que mentiu nome e até idade
Polícia Federal descobriu outra identidade para o sucessor de Minotauro (Arquivo)

Após ser preso em briga de trânsito portando ilegalmente uma arma de fogo, Ederson teve liberdade garantida mediante pagamento de fiança no valor de R$ 80 mil. O juiz esclareceu que o alto valor foi firmado já que Salinas disse em depoimento que tem três empregos e “aparenta ostentar riqueza”, já que tinha aproximadamente R$ 17 mil em espécie no momento da prisão em flagrante.

Salinas pagou imediatamente a fiança, em 10 cheques de R$ 8 mil, mas não conseguiu deixar o PED (Presídio Estadual de Dourados) após a descoberta da falsa identidade.

Líder do PCC

As investigações apontam que Salinas é responsável pelas execuções de Chico Gimenez, tio de Jarvis Pavão, e da advogada Laura Marcela Casuso. Ainda há informação de que ele era proprietário da casa onde foram presos 15 membros do primeiro escalão do PCC, comandados por Minotauro, em fevereiro de 2019.

Prisão

A prisão aconteceu no último domingo (19) após uma briga no trânsito. Um rapaz de 23 anos, que também portava uma pistola no carro, estava em um Gol com a família, quando deu sinal de luz alta para Rodrigo, que conduzia uma SW4. Rodrigo então teria freado, momento em que o condutor do Gol deu seta e ultrapassou pela direita.

Ederson estava no banco do passageiro da SW4 e então teria apontado a pistola para o motorista do Gol. Os envolvidos desceram dos carros, quando teriam começado as ameaças por parte de Salinas para o outro motorista. “Você não me conhece, eu vou te matar, você não sabe com quem está mexendo”, teria dito.

Viaturas da Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos) e Garras (Delegacia Especializada de Repressão a a Banco, e Sequestro) abordaram e acabaram prendendo os três envolvidos em flagrante. Além das armas de fogo, foram apreendidos R$ 20 mil em espécie, dólares e guaranis que estavam na SW4.