Defesa alega não haver provas contra empresário no caso da morte de estudante
O empresário Jamil Name, investigado no âmbito da Operação Omertà por envolvimento com milícia ligada a execuções em Campo Grande, não teve participação no homicídio do estudante Matheus Coutinho Xavier, de 20 anos, conforme tese a ser defendida pela defesa. De acordo com relato do advogado David Moura de Olindo desta terça-feira (9), existem apenas […]
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O empresário Jamil Name, investigado no âmbito da Operação Omertà por envolvimento com milícia ligada a execuções em Campo Grande, não teve participação no homicídio do estudante Matheus Coutinho Xavier, de 20 anos, conforme tese a ser defendida pela defesa. De acordo com relato do advogado David Moura de Olindo desta terça-feira (9), existem apenas ‘relatos inconsistentes de testemunhas’.
Conforme já noticiado, Matheus foi morto no dia 9 de abril de 2019, por engano. Investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), da DEH (Delegacia Especializada de Homicídios) e do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros) apontam que o alvo era o pai dele, o capitão reformado da Polícia Militar Paulo Roberto Teixeira Xavier, desafeto de Name.
O garoto estava na caminhonete que foi alvo de disparos dos pistoleiros. Os executores teriam sido contratados por Name. No entanto, o advogado nega relação. “A acusação não conseguiu até aqui colocar o senhor Jamil no bojo de envolvimento com a morte de Matheus. A prova que eles têm é a fala do Xavier [pai da vítima] e a suposição por conta de depoimento do Marcelo Rios [guarda civil municipal preso com armamento da milícia]”.
Neste sentido, David afirma que o depoimento de Rios foi posto sob suspeita, tendo em vista que ele teria, conforme dito pelo advogado ao Midiamax, sido agredido por policiais civis enquanto esteve preso. “Inclusive temos uma representação neste sentido”, explicou ele. “Não há nenhuma prova minimamente aceitável em qualquer fato do crime contra Name, com exceção de ter o nome dele na casa no Monte Líbano, onde supostamente teria sido apreendido armamento, mas até onde sabemos, o armamento não foi encontrado na casa, e sim no trajeto”, explicou ele, referindo-se ao armamento usado na execução de Matheus.
O empresário estava preso no Presídio Federal de Mossoró (RN), mas conforme decisão do ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), o réu volta a ser custodiado pela Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), e pode chegar a Campo Grande ainda nesta terça-feira (09).
Morte
São réus na morte de Matheus: Jamil Name, Jamil Name Filho, Vladenilson Daniel Olmedo, José Moreira Freiras, Juanil Miranda Lima, Marcelo Rios e Eurico dos Santos Mota. O grupo responde por outras execuções na Capital e, especificamente no processo do estudante, é acusado de homicídio, porte de arma e receptação.
Coutinho foi morto por volta das 18 horas do dia 9 de abril, em frente de sua residência, no Jardim Bela Vista. Conforme denúncia do Ministério Público Estadual, Jamil Name e o filho foram os mandantes do crime. Vladenilson e Marcelo Rios foram intermediários entre os mandantes e executores, e José e Juanil cometeram o homicídio.
Eurico, por sua vez, foi responsável por levantar dados referentes à localização da vítima pretendida, bem como sua posição em tempo real, embora a defesa tenha negado que ele, além de não ser hacker, sequer conhecia os autores, por isso não participou. Na data dos fatos, os pistoleiros executaram Coutinho com tiros de Ak-47 por engano, acreditando se tratar do pai dele. O alvo na verdade, era o capitão reformado da PM, que tinha desacertos com os Name.
Conforme relatado pelo Ministério Público, Jamil Name e o filho, motivados por interesses pessoais, geralmente de ordem financeira, agiam eliminando desafetos. Vladenilson e Marcelo Rios atuavam como gerentes do grupo, sendo responsáveis por receber ordens dos líderes e repassá-las aos demais, articulando e fornecendo suporte.
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