Além de estuprada e esfaqueada pelo filho, Marina Cabreira pode ter sido amarrada e queimada quando ainda estava viva. Essa hipótese é analisada pelo delegado responsável pelo SIG (Serviço de Investigação Geral) que comandou a prisão de Paulinho Cabreira, assassino confesso, neste sábado.

Em entrevista ao Jornal Midiamax o delegado também revelou que, há dois meses o filho já tinha tentado estuprar a mãe, mas que na época foi impedido pelo homem com quem Marina vivia. “Estamos diante de um crime com requintes de crueldade que até então ainda não tinha presenciado em todos esses anos”.

Segundo ele, desde que passou a acompanhar o crime, as evidências apontavam que o filho poderia ser o autor do crime. “Ao ler os depoimentos dele passei a trabalhar com essa hipótese. Além disso as diligências no local mostravam um cenário que foi fundamental para a elucidação do caso, uma vez que foram encontradas as roupas intimas da vítima e também uma corda”, disse Daltro.

De acordo com o delegado, o filho foi ouvido pelos agentes de plantão no dia do crime, que passou a acusar a pessoa que vivia com mãe dele há pouco mais de um ano. “Logo nas primeiras declarações dele já era possível perceber que ele estava mentindo”, explicou Daltro, que decidiu convocar o filho para um novo depoimento.

Como Paulinho tinha dificuldade na fala, era fanho, devido a uma fenda lábio-palatina, o delegado solicitou a presença de um primo dele, para auxiliar no depoimento. Segundo o delegado, esse primo morava com ele na Aldeia Bororó e começou a ficar desconfiado, já que no dia 24 ele levantou para tomar banho às 5h da manhã, mas o mesmo não tinha esse tipo de hábito. “Ao ser pressionado, Paulinho confessou primeiro para o primo que tinha matado a mãe”.

Segundo o delegado, ao ser convocado para depor na quinta-feira (26), o filho acabou confessando o crime. Durante o novo depoimento, ele repetiu algumas vezes a palavra sexo, e por gestos, deixava transparecer que tinha  estuprado, esfaqueado e matado a mãe.

“A partir desse depoimento, já tínhamos mais nenhuma dúvida”, disse o delegado, explicando, entretanto, que  por força da legislação, o jovem teve  que ser liberado. “Por se tratar de um caso emblemático e  por conta de precisarmos dar uma reposta para a sociedade, na sexta-feira (27), às 12h solicitei a prisão preventiva dele. Uma hora depois o promotor Cláudio Rogério  já tinha se manifestado de forma favorável”, conta Daltro, ressaltando que, às 18h, o  juiz da 3ª Vara Criminal de , Eguiliel Ricardo determinou a prisão do suspeito.

Isolado

Segundo o delegado do SIG de Dourados, a prisão de Paulinho demandou uma certa logística, uma vez que a casa em que ele morava ficava na Aldeia Bororó, em lugar de difícil acesso. “Precisávamos agir com rapidez uma vez que o suspeito poderia fugir a qualquer momento”, disse Daltro.

Paulinho Cabreira foi preso de forma preventiva e está em uma cela isolada na Depac ( Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) de Dourados. Na segunda-feira ele deve ser encaminhado para a PED (Penitenciária Estadual de Dourados) e depois deverá ser julgado por feminicídio, estupro e destruição de cadáver.

Confira trecho da entrevista com o delegado responsável pelo caso: