Três anos depois, oficial da PM que matou marido ainda tenta provar legítima defesa

Depois de três anos, a tenente-coronel da Polícia Militar Itamara Romeiro Nogueira tenta provar que matou em legítima defesa o marido, também PM, Valdeni Lopes Nogueira, de 45 anos. O crime ocorreu no dia 12 de julho de 2016, na residência do casal, no bairro Santo Antônio. A defesa ingressou com recurso junto ao STF […]

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Defesa alega que Itamara era agredida pelo marido. Foto: Arquivo
Defesa alega que Itamara era agredida pelo marido. Foto: Arquivo

Depois de três anos, a tenente-coronel da Polícia Militar Itamara Romeiro Nogueira tenta provar que matou em legítima defesa o marido, também PM, Valdeni Lopes Nogueira, de 45 anos. O crime ocorreu no dia 12 de julho de 2016, na residência do casal, no bairro Santo Antônio. A defesa ingressou com recurso junto ao STF (Supremo Tribunal Federal) para que a tese seja apreciada e que a ré seja absolvida sumariamente, sem a necessidade de júri popular.

De acordo com o advogado José Roberto Rodrigues da Rosa. “Se prosperar a nossa tese, o que é bem possível, ela será absolvida. Caso contrário, vai a júri, mas não nos preocupamos com os jurados, porque sabemos que ela reagiu às agressões do marido e que poderia ter sido morta se não fizesse o que fez. Neste momento de enfrentamento à violência contra a mulher, Itamara pode ser vista como uma bandeira, um exemplo de que a mulher sabe se defender”, disse.

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Policial segue tentando levar a vida normalmente. Foto: Arquivo/Midiamax

Conforme já noticiado, durante um desentendimento, Itamara foi agredida pelo marido. Na reconstituição do crime, ocorrida em agosto de 2016, ela relatou que houve uma discussão na cozinha e Valdeni a agrediu no corredor da sala, onde a derrubou e chegou a ficar sobre ela. Ela conseguiu se desvencilhar e, imaginando que o marido fosse buscar a arma que estava no carro, Itamara pegou sua arma que estava na sala e atirou duas vezes.

Valdeni foi baleado ao lado do veículo. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.  No dia do crime, Itamara foi presa em flagrante, mas acabou liberada logo em seguida e desde então responde o processo em liberdade. Hoje, enquanto aguarda recursos, ela segue trabalhando normalmente, prestando serviços administrativos ao comando da Polícia Militar na Capital e fazendo acompanhamento psicológico.

“Foi uma situação muito traumática. Não bastasse a dor do que aconteceu com o marido e toda a repercussão que o caso ganhou, expondo a vida dela publicamente, ela ainda chegou a receber ameaças de morte com a filha. Mas graças a Deus, ela segue levando sua vida normalmente, dentro do possível”, pontuou o advogado, lembrando que o recurso deve ser julgado pelo STF ainda no final deste ano. “É o que esperamos”.

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