O narcotraficante brasileiro Levi Adriani Felício, preso na segunda-feira (14) durante a Operação Norte, realizada pela Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) do Paraguai, além de ser o principal fornecedor de armas e drogas para o PCC (Primeiro Comando da Capital) e para o CV (Comando Vermelho), também enviava dólares e entorpecentes para a Europa.

A organização chefiada por ele tinha forte atuação no Narcosul, consórcio do tráfico que opera na América Latina. A partir de Assunção, no , ele articulava com outros fornecedores da e Peru, grandes produtores de cocaína, e despachava para grandes centros consumidores. Carregamento com 110 quilos de cocaína atribuído a Levi foi apreendido a caminho da Espanha.

Ele também está ligado a apreensões de 63,7 quilos da droga em Bauru (SP) e mais 20 quilos em Santa Bárbara do Oeste (SP). Conforme já noticiado, ele é considerado um dos principais chefes do crime organizado na fronteira, mais perigoso, por exemplo, do que Marcelo Fernando Pinheiro, também conhecido como Marcelo Piloto, que chefiava o CV na linha internacional

Levi exercia influência até mesmo sobre policiais, oferecendo suborno em troca de facilidades para executar o tráfico de armas e drogas. A direção da Senad, responsável pela operação, admitiu que policiais se vendiam por dinheiro.

Operação Norte

A região norte do Paraguai, justamente onde o país se encontra com Mato Grosso do Sul, tem continuamente sido ligada ao controle pelo narcotráfico, sendo comparada à mexicana com os EUA, que sofreu colapso na segurança pública e teve o controle totalmente assumido pelos criminosos. A operação foi deflagrada por volta das 4 horas da madrugada desta segunda-feira, quando Levi foi preso em seu apartamento de luxo, no bairro Villa Morra, em Assunção.

Também foi preso o paraguaio Marcio Gayoso “Candonga”, de 27 anos, localizado em , na fronteira com o município sul-mato-grossense de , a 346 quilômetros de . Marcio é tido como braço de Levi na logística com as organizações criminosas.