Preso em Moçoró (RN), o subtenente da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, Silvio Cesar Molina Azevedo, de 47 anos, teve cancelada a audiência que seria realizada no dia 28 de junho, na ação penal n. º 0000570-13.2017.403.6000 pelos crimes de lavagem e ocultação de bens que tramita na Justiça Federal.

Segundo publicado no Diário Oficial da Justiça Federal desta segunda-feira (10), Silvio havia manifestado interesse em participar da audiência, assim como Jefferson Alves Rocha também preso em Moçoró e que figura como réu na mesma ação penal.

Contudo, não houve possibilidade de conexão com o presídio federal do RN na data. Com o cancelamento, três testemunhas serão ouvidas em Naviraí por videoconferência no dia 1º de julho. Já as audiências sobre o caso que seriam realizadas no dia 1º de julho em Ponta Porã e Dourados foram remarcadas para o dia 12 do mesmo mês.

Além dos crimes de lavagem e ocultação de bens, o PM Silvio César é suspeito de envolvimento do duplo homicídio de Nasser Kadri e Eneas Mateus de Assis, ocorrido no dia 11 de janeiro do ano passado. Os corpos foram localizados no Rio Pomba, em Minas Gerais.

Transferência

Réu na mesma ação penal por lavagem e ocultação de bens, Douglas Alves Rocha também teve a transferência deferida para o presídio de Moçoró, mas permanece no presídio de segurança máxima de Naviraí.

Conforme decisão da Justiça Federal, caso ele ainda esteja em MS na data da próxima audiência, deverá comparecer. Caso já tenha sido transferido ao RN na data, poderá acompanhar a oitiva das testemunhas por videoconferência.

Na mesma publicação, a Justiça Federal determinou envio de ofício à Agepen para informar no prazo de dez dias se possui disponibilidade de promover a transferência dos presos Cláudio César de Moraes e Marcos Teixeira ao sistema penitenciário de Maringá (PR), também réus na ação penal.

Laços de Família

As investigações que resultaram na prisão do PM contaram com auxílio da Polícia Federal e conforme as informações, o crime foi motivado “em razão da existência de uma guerra de violentas quadrilhas arquirivais de tráfico internacional e nacional de substâncias entorpecentes”.

Parte de provas foram compartilhadas pela Polícia Federal na “Operação Laços de Família”, que também investiga Silvio. Segundo a investigação, ele liderava esquema de tráfico de drogas em Mundo Novo.

O município que faz fronteira com o Paraguai seria a base de operação do grupo criminoso. Grandes carregamentos de drogas do grupo foram remetidos a diversos pontos do País, em especial na região Nordeste. O gosto pela ostentação foi um dos pontos que mais chamou a atenção da equipe policial.

Um dos acusados, segundo o Ministério Público Federal, circulava a bordo de veículos de luxo de marcas famosas como Ferrari, Mercedes, Land Rover e Dodge Ram, ‘além de desfrutar de um padrão de vida incompatível, que se traduzia em viagens internacionais e festas caras’.

Como estratégia para lavagem do dinheiro de origem ilícita, foram identificados atos de dissimulação de origem e de ocultação de propriedade de bens, valores e direitos.