A Justiça determinou nesta terça-feira (8), o compartilhamento de provas da Operação Omertà, com a Corregedoria da Polícia Civil de sobre suposto pagamento de propina a um delegado logo após a execução do chefe da segurança da Assembleia Legislativa, Ilson Figueiredo.

A Corregedoria havia feito o pedido com brevidade das informações na segunda-feira (7) para uma investigação sobre a denúncia. O corregedor-geral, Jairo Mendes, havia dito ao Jornal Midiamax que um procedimento administrativo já estava aberto para apurar os fatos.

Já nesta terça (8), a promotora de justiça, Paula Volpe, ordenou o compartilhamento dos indícios que revelam o suposto pagamento de propina, no valor de R$ 200 mil a um delegado logo após a execução de Ilson Figueiredo, em junho de 2018, na Avenida Guaicurus.

De acordo com os autos da Operação Omertà, uma mulher, que terá a identificação preservada, contou que Marcelo teria recebido uma ligação, poucos dias depois da morte de Ilson, na qual ele afirmava que iria na delegacia entregar o dinheiro, R$ 100 mil, em mãos para o delegado. Ainda revelou que o motivo do assassinato de Ilson, em junho de 2018, seria pela morte de Daniel Alvarez Georges, 43 anos, filho de Fahd Jamil.

O chefe de segurança foi acusado de ‘sumir' com Daniel em maio de 2011 e o corpo nunca foi localizado. Na época da execução do chefe da segurança Ilson Figueiredo, quem comandava a DEH (Delegacia Especializada de Homicídios) era o delegado Márcio Oshiro Obara. Ele foi substituído do comando da delegacia em julho de 2018, voltando para a função em abril de 2019.

Já no dia 1º de outubro deste ano, após a prisão de e o desmantelamento da de execuções em , o delegado Márcio Shiro Obara foi removido com prejuízo de suas funções para atuar na Delegacia Regional de Ponta Porã.

Em relação a transferência do delegado Márcio Shiro Obara para atuar na Delegacia Regional de Ponta Porã, o corregedor afirmou que não existe relação, “Isso não existe de punir de delegado com transferência. Transferência não é punição. Ele (Obara) foi para Ponta Porã para auxiliar nos homicídios na fronteira. Cada delegado tem sua especialidade”, ressaltou.

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Operação Omertà

O Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), com apoio dos Batalhões de Choque e o Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar, cumpriram mandados de prisão preventiva, prisão temporária e 21 mandados de busca e apreensão, nas cidades de Campo Grande e Bonito.

A ação levou a prisão, além de Jamil Name e Jamil Name Filho, de policiais civis, guardas, policial federal e até militar do Exército, suspeitos de integrarem uma organização criminosa voltada à prática dos crimes de milícia armada, porte ilegal de armas de fogo de uso restrito, homicídio, corrupção ativa e passiva, entre outros crimes.

As investigações do Gaeco tiveram início em abril deste ano, com o objetivo de apoiar as investigações dos homicídios de Ilson Martins, Orlando da Silva e Matheus Coutinho, conduzidas pelo Garras.