Omertà: contrato de gaveta liga pai e filho presos ao imóvel onde arsenal foi flagrado
Um contrato registrado no Cartório do 5° ofício de Notas da Comarca de Campo Grande levou a polícia a relacionar o endereço onde foi encontrado verdadeiro arsenal de guerra ao empresário Jamil Name e ao filho dele, Jamil Name Filho. A ligação foi decisiva para implicar os dois, presos na sexta-feira (27), na investigação de […]
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Um contrato registrado no Cartório do 5° ofício de Notas da Comarca de Campo Grande levou a polícia a relacionar o endereço onde foi encontrado verdadeiro arsenal de guerra ao empresário Jamil Name e ao filho dele, Jamil Name Filho. A ligação foi decisiva para implicar os dois, presos na sexta-feira (27), na investigação de suposta milícia armada e de crimes de pistolagem.
Além de Jamil e o filho, outras 19 pessoas foram presas na Operação Omertà.
O contrato do imóvel, avaliado em R$ 850 mil, foi assinado em 16 de maio de 2017, por Jamil Name e Jamil Name Filho.
O documento registrado no Cartório do 5° Ofício de Campo Grande aponta que a casa teria sido entregue como ressarcimento após Jamil desistir da negociação de um terreno na Vila Santo André, em fevereiro de 2015. O casal não teria como devolver o dinheiro envolvido na transação, e por isso teriam passado o imóvel para os Name.
O acordo, no entanto, permitia que o casal morasse na casa até março de 2017, em regime de comodato. Após esse período, deveriam entregar a casa, conforme foi feito pelo casal.
Fuzis Ak-47, espingardas e muita munição
E foi neste imóvel, no bairro Monte Líbano, que a polícia localizou um arsenal avaliado em mais de R$ 200 mil. Foram encontrados dois fuzis AK-47 calibre .76; espingarda calibre .12 e calibre .22, quatro fuzis calibre 556, além de munições de diversos calibres, além de papel, 17 folhas com logomarca da Polícia Federal e equipamentos diversos.
Na ocasião, o então guarda municipal Marcelo Rios foi preso. Era o início das investigações que levaram à deflagração da Operação Omertà pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros).
A defesa de Jamil Name alega que a casa pertenceria a Jamil Name Filho, mas que Marcelo Rios ocupava o local para cuidar. Também nega qualquer envolvimento do empresário com o arsenal ilegal flagrado.
Jamil continua detido na cela 17 do Centro de Triagem de Campo Grande desde a manhã desta segunda-feira (30), quando passou por audiência de custódia e teve a prisão preventiva mantida.
Até o advogado que trabalha para os Name, Alexandre Franzoloso, teve mandado de prisão expedido, por supostamente integrar a organização. Ele conseguiu o relaxamento e garante que a única ligação com a atividade do grupo investigado seria o exercício da profissão.
Dois suspeitos, apontados como pistoleiros do grupo, continuam desaparecidos e a polícia ofereceu até recompensa por informações que levem ao paradeiro de José Moreira Freires e Juanil Miranda Lima.
A defesa dos Names já entrou com pedido de Habeas Corpus.
Operação Omertà
Após encontrar arsenal de milícia na casa, a polícia começou as investigações para chegar até a organização criminosa de milícia armada, suspeita de cometer homicídios em Campo Grande. Na lista estão as execuções de Ilson Martins Figueiredo, Orlando da Silva Fernandes e Matheus Coutinho Xavier.
O grupo também é investigado pelos crimes de porte ilegal de armas de fogo de uso restrito, homicídio, corrupção ativa e passiva, entre outros crimes.
Além dos empresários Jamil Name e Jamil Name filho, na última sexta-feira a polícia prendeu policiais civis, guardas municipais, um policial federal e até militar do Exército. Gaeco, Garras, com apoio de policiais militares também deram cumprimento a mandados de busca e apreensão.
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