Milícia trocava armas de execução na fronteira para despistar investigações, diz Gaeco

A milícia investigada por ligação com execuções ocorridas em Campo Grande trocava os armamentos usados nos crimes, como forma de despistar as investigações. Conforme inquérito instaurado no dia 3 de maio pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) do Ministério Estadual, metralhadoras e fuzis de grosso calibre eram levados para Ponta […]

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Marcos Ermínio
Marcos Ermínio

A milícia investigada por ligação com execuções ocorridas em Campo Grande trocava os armamentos usados nos crimes, como forma de despistar as investigações. Conforme inquérito instaurado no dia 3 de maio pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) do Ministério Estadual, metralhadoras e fuzis de grosso calibre eram levados para Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai, onde eram negociados com o crime organizado.

Tal medida, apontam as investigações, dificultavam a rastreabilidade e o trabalho de perícia no momento dos exames de balística. Ainda segundo o Gaeco, várias execuções promovidas na Capital foram realizadas com fuzis calibre 7.62. Um destes fuzis foi encontrado no arsenal apreendido pelo Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros) com o guarda municipal Marcelo Rios.

O aparato bélico estava escondido em uma residência localizada na na Rua José Luiz Pereira, no Jardim Monte Líbano. Indícios apontavam que a mesma arma teria sido usada nos homicídios de Ilson Martins Figueiredo, Orlando da Silva Mendes e Matheus Coutinho da Silva Xavier, ocorridos entre 11 de junho de 2018 e 10 de abril de  2019. Por este motivo, a milícia optava pela troca das armas, a fim de eliminar provas. Até mesmo os veículos usados eram incendiados.

Envolvimentos

Na última sexta-feira (27) foi deflagrada a Operação Omertá, que contou com 17 equipes do Garras, Gaeco e Batalhão de Choque da PM. Foram cumpridos 44 mandados na Capital, sendo 13 de prisão preventiva, 10 de prisão temporária e 21 de busca e apreensão. Informações são de que os empresários Jamil Name e Jamil Name Filho seriam suspeitos de chefiar uma milícia envolvida com execuções em Campo Grande. A polícia apreendeu R$ 150 mil em posse do empresário Jamil Name.

Foram presos durante a operação 20 pessoas entre elas Jamil Name e Jamil Name Filho. Os presos foram Elvis Elir Camargo Lima; Eronaldo Vieira da Silva; Euzébio de Jesus Araújo; Everaldo Monteiro de Assis; Frederico Maldonado Arruda; Igor Cunha de Souza; Luis Fernando da Fonseca; Rafael Carmo Peixoto Ribeiro; Rudney Machado Medeiros; além de Alcinei Arantes da Silva; Andrison Correia; Eltom Pedro de Almeida; Flávio Narciso Morais da Silva, Marcelo Rios; Márcio Cavalcanti da Silva; Rafael Antunes Vieira; Robert Vítor Kopetski e Vladenilson Daniel Olmedo.

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